Depois de ter vivido uma fase mais atribulada na sua vida amorosa com o fim do casamento com Rita Guerra e a relação com a atriz Sofia Grillo, o que coincidiu com um momento de alguma estagnação profissional, António Pedro Cerdeira sente-se agora “muito mais completo e sereno”. O ator trocou o contrato de um ano que tinha com a TVI pela participação na série da RTP Bem-Vindos a Beirais e ainda voltou a encontrar o amor, junto de Susana Silva.
Durante a conferência de imprensa de apresentação do filme Sei Lá, de Joaquim Leitão, cujo elenco integra, o ator falou desta fase.
– O cinema é fundamental para um ator?
António Pedro Cerdeira – Muito. Considero-me um ator com técnica em televisão e teatro e alguma em cinema, mas descobri neste filme, através do Joaquim, muita coisa que desconhecia. Há um modo de representação diferente que nos enriquece. Aprendi muito. É raro o trabalho que não me deixa nervoso, o que é muito bom, pelo desafio que traz.
– Trocou o contrato de um ano na TVI pela participação numa série. Nesta fase de crise, é preciso ter coragem…
– Sim e às vezes ainda paro para pensar se fiz bem. Segui a minha intuição, mas também me aconselhei e a maior parte das pessoas dizia-me para não o fazer e eu fiz exatamente o contrário. Acima de tudo, foi um ato de coragem e de verdade para mim mesmo. Sentia-me de alguma forma estagnado. Devo muito à TVI, também dei muito, mas pontualmente senti-me desvalorizado. Senti que precisava de um estímulo, mesmo sabendo que ia correr riscos financeiros. Uma coisa é ter um contrato de um ano, outra embarcar num projeto que depende das audiências. Sentia-me acomodado e achei que era importante trabalhar com outras pessoas.
– E esta série é o desafio que procurava?
– Obriga-me a ter um lado mais sério como ator, com um toque de comédia suave. Obriga-me a trabalhar noutras coisas. É um projeto feito com solidez e tenho-me sentido muito bem.
– Esta forma de encarar a vida sem medos, com a capacidade de sair da zona de conforto, é também um exemplo de educação para os seus filhos, Lourenço, de 12 anos, e António, de nove…
– Creio que sim. Acho que é importante arriscarmos e pelo menos tenho orgulho que eles possam saber que o pai não teve receios. Conversei com eles e expliquei-lhes que faz sentido acreditarmos na nossa intuição. Mesmo que as coisas corram mal, posso dizer que tentei e não me acobardei. Nunca tive medo de trabalhar. Se tiver de fazer outra coisa na minha vida, faço-o tranquilamente, aos meus filhos nunca faltará nada. Faço tudo para que não lhes falte nada, mas também não me quero aburguesar por isso.
– Agora que eles estão mais crescidos, já se queixam das suas ausências?
– Nunca senti isso da parte deles. Falo com eles todos os dias e sou muito presente. Tenho uma relação ótima com eles e sinto-os muito próximos.
– Entretanto, refez a sua vida amorosa…
– Sim, é verdade. Estou ótimo, a viver a vida com calma. Não programo as coisas, tudo acontece naturalmente. Tenho tido um lado mais exposto, por ter tido relações mediáticas, mas neste caso a Susana não tem nada a ver com o meio. Foi algo que aconteceu naturalmente e que tenciono continuar a descobrir com calma. Apesar de ser ambicioso, nunca tive metas a atingir e gosto de ir usufruindo do que o presente me dá.
– Foi a Susana que trouxe essa tranquilidade visível ou também tem a ver com a idade?
– Acho que as duas coisas. Cada vez procuro mais ter uma vida recatada e a Susana partilha isso comigo. Uma relação séria espelha duas pessoas. Uma influencia a outra e elas de certa forma tornam-se parecidas. Numa relação a sério as pessoas beneficiam. A Susana é uma mulher com M maiúsculo e isso também traz um lado bom, de segurança. Tive relações que não me davam isso, por diversas razões, o que fez com que falhassem. A Susana tem muito a ver comigo na forma de estar e encarar a vida.
António Pedro Cerdeira apaixonado: “A Susana tem muito a ver comigo na forma de estar”
O ator fala da fase feliz e serena que vive junto da namorada, Susana Silva, e dos novos desafios profissionais.