Habituada a ser considerada um ícone de beleza e elegância no nosso país, Helena Isabel é uma mulher ‘sem idade’, já que várias são as gerações que se recordam dela na televisão. Discreta no caminho da fama, a atriz garante que nem sempre é fácil lidar com a responsabilidade que o seu percurso lhe traz: “Às vezes apetece-me estar menos preocupada com o aspeto exterior, mas tenho de me arranjar, pois é isso que esperam de mim. Claro que sinto um pouco a pressão, mas também faz parte desta profissão.”
Feliz na sua pele, Helena aproveitou uma pausa nas gravações do remake da nova novela da TVI Jardins Proibidos para passar um fim de semana repleto de sossego e boas energias nas Termas de São Pedro do Sul.
– Calculo que nesta fase, estes dias tenham sido ouro sobre azul…
Helena Isabel – Sim, foram um bálsamo. Esta pausa no trabalho foi muito revigorante.
– Já tem mais de quatro décadas de carreira. Representar continua a ser uma grande paixão?
– Continua, mas claro que há momentos de desânimo, pois é uma profissão pouco reconhecida neste país. E aí talvez pense se não deveria ter seguido outro caminho, mas, no final, acabo sempre por voltar à minha paixão. Quando comecei não havia este glamour, havia pouca televisão, não havia revistas e não foi pela fama que quis ser atriz. Quis ser atriz porque queria representar.
– E como lida com os momentos menos bons? Financeiramente tem de estar protegida…
– Não sou das pessoas que mais se podem queixar, pois não tenho tido muitos momentos de desemprego, mas é evidente que mesmo quando estamos a ganhar bem, temos de saber gerir muito bem o dinheiro, pois não sabemos quando virá o próximo trabalho. Há sempre o medo do amanhã.
– Essa insegurança nesta fase da vida é assustador?
– Um bocadinho, mas evito pensar nisso, porque senão fico amargurada e não me apetece [risos].
– E como é que lida com o passar dos anos?
– Para tudo é preciso ser inteligente e acho que há que saber envelhecer graciosamente. É evidente que continuo a cuidar de mim, até mais do que antigamente, porque gosto de me sentir bem. Não penso muito no que os outros dizem ou possam achar, mas gosto de me sentir bem. Sempre tive cuidado com a alimentação, sempre fiz desporto e isso também me faz sentir bem e traz o tal envelhecimento gracioso [risos].