Maria Léon: “Nunca vivi como uma princesa, sempre tive uma vida normal”

A espanhola Maria Léon, de 34 anos, manequim, blogger e herdeira de alguns títulos nobiliárquicos – é neta dos condes de Lebrija e filha dos marqueses de La Canada – esteve em Portu­gal como embaixadora da marca Pedro del Hierro. Contou-nos
que está numa fase introspetiva e totalmente dedicada ao trabalho, até porque está solteira depois de ter vivido uma relação com o filho de José Maria Aznar e de ter estado casada durante apenas seis meses com o escultor Juan Garaizabal. Assume que tem pena de ainda não ter sido mãe, mas para isso diz que precisa de encontrar o “companheiro ideal”. 
– Sempre se interessou pela moda?
Maria León – Em pequena acompanhava a minha mãe na escolha dos seus vestidos. Vivemos em Sevilha e havia uma estilista que fazia tudo por medida e eu adorava aqueles momentos que ali passava com a minha mãe. A moda encanta-me desde sempre.
– A sua família não tem nada a ver com esse mundo…
– Não, da parte do meu pai são todos dedicados à arte, já que temos uma Casa Museu em Sevilha [o Palácio de Lebrija].
– Mas apoiaram o seu percurso?
– Sim, desde que eu não descurasse os estudos. Para eles a educação é muito importante.
– E como foi a sua infância vivida no palácio?
– Muito normal, com uma família muito unida. A verdade é que nunca vivi como uma princesa e sempre tive uma vida normal. Tive uma educação muito rígida, mas recebi muito mimo e carinho também.
– Essa linhagem traz-lhe res­ponsabilidade?
– Mais do que responsabilidade, sinto orgulho. Por parte da minha mãe também temos títulos nobiliárquicos e na realidade temos uma história muito longa. Os meus pais têm títulos de bastan­te relevância, mas no meu dia-a-dia não utilizo o facto de ser filha de quem sou.
– Mas não deixa de ser observada por isso…
– Para mim é fundamental que os meus pais sintam orgulho em mim. Eles deram-me uma série de valores e considero que a maneira de corresponder a isso é com bons exemplos. Depois, também acho que quando se tem uma imagem pública há uma responsabilidade acrescida.
– Como é a sua relação com a imprensa espanhola?
– Normalmente só surjo na imprensa pelo meu trabalho e não pela minha vida pessoal. A imprensa respeita-me muito e nunca tive problemas.
– Tem um blogue muito conhecido em Espanha. Como surgiu?
– Surgiu há 16 anos, através da proposta de uma jornalista espanhola que tem um site de moda. Decidi arriscar e tem sido um trabalho muito duro, pois o blogue converteu-se numa revista online, mas sinto-me muito orgulhosa.
– Viaja muito entre esse trabalho e o de manequim. Vive uma vida repleta de glamour?
– Parece tudo muito bonito mas é uma vida muito dura. Há momentos em que não se para, em que não dá para estar em casa e junto dos nossos. Mas claro que temos a possibilidade de conhecer muitos locais e muitas pessoas e isso agrada-me muito.
– O seu trabalho implica ser muito cuidadosa com a sua aparência…
– A maior parte das vezes, sim, mas também é cansativo. Sou muito caseira e quando não tenho nenhum evento público, não me maquilho nem uso saltos. Sinto-me bem com roupa desportiva.
– Sobra-lhe tempo para a vida privada?
– Dedico muitas horas ao meu trabalho e a minha vida pessoal é muito tranquila. A minha família vive em Sevilha, vejo-a de vez em quando e não tenho namorado nem ninguém que dependa de mim, por isso, tenho mais tempo para dedicar ao que me apetece.
– E aos 34 anos, não sente desejo de ser mãe?
– A verdade é que sim, mas atravessei uns momentos pessoais muito difíceis e o meu caminho acabou por se desviar mais para o lado profissional. Claro que gostaria de ser mãe, mas neste momento não é algo que pudesse planear, até porque para mim antes de ser mãe há que ter uma base familiar e um companheiro ideal.