“Estive a gravar toda a tarde. Sem telefone, longe das notícias e de quem me avisasse. Toda a equipa já sabia há horas. Não me quiseram contar, sabiam que depois da notícia seria diferente. Até que não conseguiram adiar mais. O Nicolau Breyner morreu. O meu não, vezes seguidas, tentou afastar a dureza e o confronto com a realidade. Mas morreu. E naquele instante foi só meu. Vi depois que o Nico era de muita gente. Tantas quanto ele tocou. Tinha tanto por fazer. Tinha sempre muito por fazer. Mas não deixava de me olhar. Recebi tantas mensagens suas de carinho. Gostava das minhas mudanças. Dizia que ficava sempre mais bonita. E hoje, quando já não é possível, posso contar os nossos planos. Há muitos anos que queria fazer um filme comigo. “Vais mostrar a Cristina que ninguém conhece. Eu sei”. E dizia isto com uma certeza tão absoluta que eu sabia que o íamos fazer juntos. O tempo não nos deu tempo. E nunca o fizemos por falta de tempo. Foi-me desafiando neste meu tempo de televisão, em segredos que serão só nossos. E quando lhe disse que não, a um grande projecto na sua academia, a resposta foi a de sempre: “Eu continuo a amar-te da mesma maneira.” O Nicolau gostava de ser gostado. E era tão fácil gostar dele”. Foi com esta mensagem que Cristina Ferreira recordou Nicolau Breyner, que morreu ontem, aos 75 anos, em sua casa, em Lisboa.
Cristina Ferreira homenageia Nicolau Breyner
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