É fim de semana. Carla Ascenção, de 35 anos, que vive no Porto, está em Lisboa, mais precisamente hospedada num hotel na linha do Estoril, onde vem algumas vezes passar uns dias. Descontraída, é com um sorriso que nos recebe para a fotografarmos. O pretexto, que acabou mesmo por ser só o pretexto, é simples: conquistou o terceiro lugar na Eleição Elegância da CARAS. “Fiquei muito lisonjeada e feliz com esta distinção, significa, acima de tudo, que as pessoas se reveem na minha forma de estar e que reconhecem o meu trabalho.” Trabalho esse que passa por ser jornalista, pivot, coordenadora da equipa de informação e dos telejornais do Porto Canal e ainda o rosto do Último Jornal, que apresenta de segunda a sexta na mesma estação. Esta foi a razão pela qual há dois anos e meio, quando o marido, Pedro Ribeiro, aceitou um desafio profissional no Qatar, não fez as malas para o acompanhar. E foi aqui que ligámos o gravador.
– Nunca pensou largar tudo e acompanhar o Pedro?
Carla Ascenção – Já, já pensei. Na altura, quando o Pedro recebeu a proposta de ir trabalhar para o Qatar, foi uma opção imediatamente posta de parte. Ele decidiu, eu dei-lhe muita força e disse-lhe para não pensar duas vezes. Mas começa a ser bastante doloroso aguentar as saudades.
– Há momentos em que lhe apetece “embalar a trouxa e zarpar?”, como cantava Zeca Afonso?
– [risos] Confesso que sim. Há momentos em que me apetece fazer a mala e partir logo no dia seguinte.
– O que é que a demove?
– Sou muito racional e equilibrada. Consigo parar, pensar e conter-me. Esses impulsos que tenho eu controlo. O projeto do Pedro é a médio prazo, depois teria de interromper a minha carreira, pela qual tanto lutei. Era deixar para trás o que conquistei com tanto esforço e perseverança.
– Acha que a distância, embora dolorosa, como já referiu, tem vindo, no entanto, a fortalecer a vossa união?
– Tenho a certeza disso. A nossa relação é muito forte, acho que mais forte do que uma relação de pessoas que vivem todos os dias juntas. Mesmo à distância, estamos sempre presentes na vida um do outro. Falamos várias vezes por dia.
– É só uma distância física…
– Sim, em termos emocionais somos uns sortudos e abençoados por termos esta proximidade que nos une e que nos faz estar presentes na vida um do outro mesmo a quilómetros de distância.
– E ter filhos é um desejo que está em stand by?
– Desde há um ano que temos vontade de ser pais e percebemos que estamos ansiosos por isso, mas, de facto, tem sido um projeto adiado devido a esta distância e não só. Os desafios profissionais que nos têm sido colocados têm sido irrecusáveis e são a nossa prioridade.
– Não teme arrepender-se dessa decisão?
– Não. Tenho 35 anos e alguns anos pela frente para realizar esse desejo. Quando for o momento, há de acontecer. Depois, não me arrependo do que faço, porque acredito no destino e que as coisas surgem quando têm de surgir. Não faço muitos planos.
– Vive sem pressas?
– Sim, com calma, racionalmente e sem stresse. Temos esse desejo e no momento em que todos os condicionalismos estiverem em perfeita sintonia, vamos certamente ser pais.
– Tem sido, então, um balanço positivo o da vossa vida em comum?
– Têm sido cinco anos maravilhosos, a nossa relação está cada vez mais forte. Há três anos casei-me apaixonada e com a certeza do passo que iria dar, hoje continuo muito apaixonada pelo Pedro e sinto que sou correspondida. [risos] Tem sido cada vez melhor partilharmos a vida um com o outro.
– É a distância que por vezes nos faz entender o quanto nos faz falta a pessoa que amamos?
– Sem dúvida. Quando se está todos os dias não se dá tanto valor e as pessoas acabam por cair na rotina. A distância acaba por ser uma mais-valia…
Carla Ascenção: “Às vezes apetece-me fazer as malas e correr para junto do meu marido”
Eleita uma das mulheres portuguesas mais elegantes, a jornalista do Porto Canal diz que é por estar focada na carreira que não vai viver para o Qatar, onde o marido trabalha há dois anos e meio.