Nos EUA a recuperar de nova cirurgia à mama e à tiroide, Ivete Oliveira partilha, pela primeira vez, a razão pela qual escolheu ser medicamente acompanhada no MD Anderson Cancer Center, em Houston, no Texas: “Adoeci nova, no auge da minha felicidade. Foi-me detetado um tumor raro, agressivo, sem tratamento específico, de nome carcinoma dúctil invasivo, triplo negativo. Quatro anos depois de ter feito a primeira cirurgia e rádio e quimioterapia, apareceu-me um novo nódulo, mas o meu médico em Portugal desvalorizou a situação. Por minha iniciativa, fiz vários exames que confirmaram: a recidiva, após cinco anos, era de 61 por cento. Fui-me abaixo, fiquei perdida. Valeu-me o apoio da família na busca do melhor hospital do mundo no estudo e cura do cancro.”
Desde então, todos os anos, em dezembro, Ivete viaja para Houston. E há seis meses o resultado dos exames não foi o desejado. “Marcaram-me para fevereiro uma cirurgia à outra mama e à tiroide, mas teve de ser adiada para abril, porque estava muito vulnerável a infeções por causa da quimioterapia”, adianta.
Recém-divorciada de António Oliveira, Ivete diz que “o passado foi abandonado a bem da minha saúde mental e física”. E, em jeito de brincadeira, acrescenta: “Tirando o cancro, não sofro de nada. Tenho que aproveitar bem a vida, viver com dignidade e qualidade o maior tempo possível. A quimioterapia afeta a autoestima, tem efeitos colaterais muito severos, mas eu escolhi viver.”
Apelando a todas as mulheres para que cuidem de si, a antiga professora desabafa ainda: “Talvez se não estivesse só, tão longe, e num lugar de tanta dor, não desnudasse a minha alma.”
Ivete Oliveira fez nova cirurgia: “O passado foi abandonado a bem da minha saúde”
Depois de alguns anos livre do cancro, a antiga professora voltou a ser operada no dia 22 de abril, desta vez à outra mama e à tiroide. Em Miami a recuperar, Ivete regressa a Portugal ainda este mês.