Dias depois de ter sido novamente detido, desta vez em Elvas, e presente ao juiz do Tribunal de Portimão, que determinou a sua liberdade, o marido de Cláudia Jacques deu uma entrevista exclusiva à CARAS onde transcreve o despacho da juíza de instrução que critica o comportamento da Polícia Judiciária. “Depois da análise efetuada para efeitos desta diligência, anota-se, por um lado, um excesso de zelo da PJ que trouxe para o processo tudo o que numa construção sua faz dos mesmos, e que, na verdade se calhar, se resume a muito pouco. Se calhar, quem era suposto conduzir a investigação, tem vindo, porventura, a ser conduzido por ela”, lê-se.
Na companhia do advogado, Aníbal Pinto, Olivier da Silva mostra-se indignado com o que tem vindo a acontecer, e afirma: “Sou um lutador e estou empenhado em provar a minha inocência. Quero voltar a ter a minha vida normal”.
Ciente da repercussão mediática do processo, exaltada pelo facto de ser casado com Cláudia Jacques, o empresário defende: “Eu não sou figura pública, a minha mulher é que é. Eu acompanho a Cláudia sempre e que posso porque quero estar perto dela. Não quero protagonismo”.
Embora tenha optado por não se envolver publicamente no processo, mantendo sempre a discrição, a relações-públicas tem sido o grande apoio de Olivier da Silva mas, como qualquer pessoa, Cláudia Jacques também quer saber a verdade. “A Cláudia é uma pessoa correta e não quer estar associada às práticas pelas quais estou indiciado. Eu fui detido e libertado pelo despacho do juiz porque não havia indícios para me manter detido. E isso quer dizer muita coisa.”
“Este é um caso sui generis. Não há história em Portugal de um homem ser detido duas vezes no espaço de um mês e ser solto dessas duas vezes”, aponta o advogado que enquadra o caso: “Quando surgiu a primeira queixa, a PJ consultou as contas do Olivier e contactou os clientes com quem ele ainda tinha negócios pendentes. Com esse contacto conseguiu que outro cliente também fizesse queixa, mesmo que sem fundamento. Daí a juíza dizer que foi excesso de zelo da PJ. E os 10 volumes que constituem o processo resumem-se a muito pouco, como ela explica. Quanto à detenção diz: não há indícios de burla qualificada, não há usurpação de funções, não existe falsificação de documentos, e não há branqueamento de capitais”.
Ainda de acordo com Aníbal Pinto: “O Olivier foi detido porque, alega a PJ, havia perigo de fuga, o que é um disparate. Se ele quisesse fugir já o tinha feito e não tinha uma vida tão exposta ao lado da mulher. Dizem também que há o risco de continuidade da atividade criminosa. Mas estamos a falar, alegadamente, de crimes patrimoniais que são menos penosos por isso não percebo a urgência quando estamos nas férias judiciais”.
Perplexo com o desenrolar do processo, o advogado da Aníbal Pinto e Associados diz que “foi uma detenção lamentável que fez com que o Olivier fosse detido 48 horas no Algarve, quando tem residência no Porto”.
Por iniciativa própria, Olivier da Silva vai apresentar-se em França em setembro para responder à queixa que foi apresentada por um casal francês do qual foi intermediário na compra de um apartamento em Vila do Conde. Recorde-se que foi esta queixa que levou à primeira detenção do marido de Cláudia Jacques, a 31 de maio, no seguimento de um pedido de extradição emitido por França. Depois de ter passado 48 horas na PJ do Porto, Olivier saiu em liberdade mas ficou sujeito a vigilância eletrónica no domicílio.
A segunda detenção aconteceu no passado dia 20, quando o empresário acompanhava a mulher no concurso Miss Portuguesa 2016, em Elvas. Olivier da Silva passou duas noites no Estabelecimento Prisional de Faro e foi presente ao juiz no Tribunal de Portimão na sexta-feira, 22 de julho, tendo depois sido libertado.
Olivier da Silva afirma: “Estou empenhado em provar a minha inocência”
Marido de Cláudia Jacques dá entrevista exclusiva à CARAS.