Silêncio. Tem sido esta a única resposta de Bob Dylan às tentativas de contacto da Academia Sueca, que lhe atribuiu o Nobel da Literatura na passada quinta-feira, 13 de outubro. Sara Danius, secretária permanente da instituição afirma: “Liguei e enviei e-mails para os colaboradores mais próximos e recebi respostas muito simpáticas. Por agora, julgo que é o suficiente”. Da parte do músico não existe, para já, qualquer comentário oficial, apesar da insistência da comunicação social após um concerto em Las Vegas, precisamente no dia em que foi feito o anúncio.
Esta atitude poderá antecipar uma ausência na cerimónia de entrega do prémio, marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo, mas Sara Danius mostra-se confiante: “Não estou preocupada, penso que ele vai aparecer. Tenho um pressentimento de que Bob Dylan poderá ir. Posso estar enganada e, claro, seria uma pena se não viesse, mas, de qualquer forma, o prémio é dele e não nos podemos responsabilizar com o que acontece agora. Se não quiser vir, não virá. Será uma grande festa, disso tenho a certeza”.
Em mais de um século de atribuição do Nobel da Literatura, apenas o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o galardão. Estávamos em 1964 e fê-lo porque tinha como princípio nunca aceitar prémios. Também Boris Pasternak recusou o prémio em 1958, por pressão do regime da União Soviética, mas a família do escritor russa acabou por aceitá-lo a título póstumo, em 1988.
A Academia Sueca atribuiu o Nobel a Bob Dylan, de 75 anos, “por ter criado novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana”.
Academia Sueca desiste de tentar contactar Bob Dylan
O músico venceu o Nobel da Literatura, mas ainda não fez qualquer comentário à distinção.
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