Vinte de agosto. Raquel Strada está no aeroporto de Lisboa com a bagagem a postos para despachar e o livro A Rapariga no Comboio pronto para devorar. Em contagem decrescente para viver de perto a experiência do festival anual Burning Man, que acontece no deserto do Nevada. Viaja com o marido, Joaquim Fernandes. Aterram em Los Angeles, onde se encontram com Rui Maria Pêgo, seguem para Las Vegas, Deserto do Nevada, Lake Tahoe, Sacramento, São Francisco e, finalmente, Nova Iorque, onde a apresentadora da SIC e blogger do Blue Ginger acaba por ficar em trabalho. Cruza-se com a atriz Jessica Athayde e dias depois com o manequim Luís Borges. Não pára. Da agenda fazem parte os desfiles da Lacoste, Tommy Hilfiger e Michael Kors, onde, sentada na primeira fila, vê de perto a queda de Bella Hadid. A sua expressão espantada acaba por ficar em destaque na imprensa internacional. E, dias antes do regresso a Lisboa, ainda arranja tempo para um passeio com a CARAS.
– Conseguiu descansar na cidade que nunca dorme?
Raquel Strada – Sim, embora tenham sido dias de muita agitação. Nunca tinha feito férias muito grandes e queria conhecer uma parte dos Estados Unidos, queria ir ao Burning Man, fazer uma road trip e ver de perto como funciona a New York Fashion Week.
– E concretizou tudo isso.
– Felizmente, e foi muito bom.
– Durante a ida ao festival Burning Man publicou nas redes sociais umas fotos ousadas, com pouca roupa. Sente-se confortável com o seu corpo?
– Naquele festival toda a gente anda com pouca roupa. Senti-me confortável no contexto em que estava. Não ando assim na rua nem vou passar a andar [risos]. Sinto-me bem com o meu corpo, mas não gosto de o mostrar.
– O seu marido é ciumento?
– Não… Quer dizer, acho que não. Talvez seja e não mostre [risos]. É, acima de tudo, a pessoa que mais me apoia. Foi o meu marido que me tirou aquela fotografia e eu gostei. Inclusivamente, foi ele que me disse para me despir por eu estar a morrer de calor. E, de facto, ali fez sentido, ninguém olha duas vezes para ti, sejas magra ou gorda.
– Sente-se sexy?
– Não me sinto nada sexy.
– Tem algum constrangimento com o seu corpo?
– É muito difícil sentir-me confortável com o meu corpo o tempo todo. Tenho coisas das quais não gosto, mas ao mesmo tempo também tenho sorte, porque só o facto de não engordar é bom. Mas confesso que me sinto mais confortável agora do que quando era miúda. Tinha imensos traumas e complexos, ou porque era magrinha, ou porque engordei e fiquei com maminhas…
– A maturidade traz-nos outra forma de lidar com o corpo?
– Sim, não só a maturidade como também a pessoa com quem estamos. O meu marido dá-me muita confiança e acho que me libertei de alguns preconceitos.
– Festejou em julho o primeiro ano de casada. Tem sido um casamento feliz?
– Tem sido muito bom e estou muito feliz, mesmo. Casei-me com a pessoa que amo, compreendemo-nos um ao outro. O amor é fundamental, mas é preciso respeitarmo-nos, admirarmo-nos e isso acontece connosco. Com o meu marido ao lado não tenho medo de nada.
– Ainda é altura de aproveitarem momentos a dois ou já sentem vontade de aumentar a família? Ou ter filhos não está nos vossos planos?
– Não quero nada agora ter filhos. No início do nosso casamento nem fazia parte dos nossos planos ter filhos. Agora não sei. Se acontecesse, seria bem-vindo. mas neste momento está fora de questão, porque não iria conseguir ser uma mãe presente, ainda há muitas coisas que quero fazer antes de ser mãe e estou focada na minha carreira. Quero investir no meu trabalho.
– Em tempos passou por alguns momentos delicados de saúde. Como lida com isso?
– Em relação a isso, e sem querer entrar em detalhes, já sei a minha predisposição genética e tenho de ter alguns cuidados.
– Vive atormentada?
– Não, mas quando sinto alguma coisa diferente no meu corpo, vou logo ao médico. Sou mais cuidadosa. E tenho medo, obviamente, mas não penso nisso todos os dias.
Raquel Strada: “Com o meu marido ao lado, não tenho medo de nada”
Durante um passeio com a CARAS pelas ruas de Nova Iorque, a apresentadora da SIC fez um balanço da sua vida.