Em outubro de 2012, após um período de enorme sucesso a nível profissional, Adele viveu uma das experiências mais marcantes da sua vida: ser mãe de Angelo. Tinha então 24 anos e uma relação estável com Simon Konecki. Mas como acontece com muitas mulheres, no meio de tanta mudança e felicidade, a artista viu-se confrontada com uma depressão pós-parto, que, assume, deixou marcas e faz com que fique “aterrorizada” com a ideia de ter outro filho. “O que vivi no pós-parto não foi bom. Sentia que não queria estar com o bebé, tinha medo de magoá-lo, achava que não estava a fazer as coisas da melhor forma. Mas, por outro lado, era completamente obcecada pelo meu bebé, não conseguia focar-me em mais nada. Sentia-me deslocada e cheguei a pensar que ser mãe tinha sido a pior decisão da minha vida… E esse sentimento manifestava-se e continua a manifestar-se várias maneiras. Lembro-me de, a dada altura, ter pensado que tinha de ter uma tarde por semana para mim, para fazer o que quisesse sem o bebé. Uma amiga perguntou-me se não me sentia mal por isso. Eu confessei que sim, mas que me sentia ainda pior se não o fizesse. Precisava de tempo só para mim”, começa por contar. “Acho que decidir não ter filhos revela muita coragem. Todos os meus amigos e eu nos sentimos pressionados a ter filhos porque é o que os adultos devem fazer. Amo o meu filho mais do que tudo neste mundo, mas a verdade é que no dia-a-dia, gostaria de aproveitar o meu tempo livre para fazer o que quero, quando quero. Continuo a sentir isso todos os dias”, adianta.
A possibilidade de aumentar a família existe, mas Adele admite que não está muito empolgada com a ideia: “Fico aterrorizada. Tive uma depressão pós-parto muito má depois do nascimento do meu filho e isso deixa-me muito assustada”.
A artista está a terminar uma digressão de dez meses e assume que nem sempre lida bem com o facto de não ser uma mãe tão presente quanto gostaria. “Divirto-me quando estou em tournée, mas ao mesmo tempo culpo-me porque apesar de ter o meu filho comigo nem sempre consigo fazer tudo o que deveria, como pô-lo a dormir à noite. Agora já não me sinto culpada quando não estou a trabalhar. Uma mãe está sempre ocupada e tem sempre coisas para planear ou pensar. Apesar de gostar muito de ter tempo só para mim, também sinto que se não voltar a fazer algo só por mim, nomeadamente pela minha carreira, não faz mal. É o Angelo que mais importa agora”, conclui.