É com um sorriso reconfortante e uma serenidade única que Catherine Cabral nos recebe no seu atelier, em plena Avenida 24 de Julho. Dona de um sentido estético apurado, mostra-nos sem pretensão como o Natal também pode ser vivido de forma minimalista, sem perder a magia. Magia essa que, no seu caso, está francamente exponenciada por ter sido mãe há quatro meses. António é o motivo de uma enorme felicidade vivida a dois numa partilha constante entre Catherine e o marido, Miguel.
– Ainda é possível reinventar a decoração de Natal?
Catherine Cabral – Claro. Mais do que reinventar, diria que é possível reinterpretar as decorações de Natal à luz das vivências pessoais. É muito importante que a decoração seja uma extensão das experiências de cada um e as integre.
– Onde vai buscar inspiração?
– Às histórias que me acompanham desde sempre, às viagens que deixam marcas, aos grandes mestres das raízes clássicas, que estudei. É uma mescla. Sou pela autenticidade, mais do que pelo pretensiosismo, em todos os aspetos da vida.
– Nas suas decorações, gosta de fugir do óbvio?
– Acertou na mouche. Não gosto de me reger pelo óbvio ou pelo comum. Dizem-me muitas vezes que é isso que me diferencia. Numa decoração interior, como na moda, deve haver personalidade, conforto e atitude. É tudo uma questão de consistência e equilíbrio, que pode resultar numa boa ou má estética.
– O seu trabalho é o espelho da sua identidade?
– Sem dúvida. Acredito que isso também tem muito a ver com a consistência que defendo e que os clientes reconhecem nos projetos. É um registo quase autobiográfico. Da minha tia-avó, em Paris, ligada a uma galeria de arte, à minha avó, que trabalhava numa marca de alta-costura e em cujo atelier eu me demorava tardes inteiras, passando pela família brasileira do lado do meu pai… Sei, orgulhosamente, que o trabalho que desenvolvo tem cada uma destas influências impressas, numa mistura eclética. Nele está a minha base clássica, mas também a ligeireza e um certo humor, claramente do lado brasileiro, que equilibro com os elementos contemporâneos.
– No seu dia-a-dia, também foge do banal?
– Sim, considero que é aí que reside a riqueza dos dias.
– Foi mãe há quatro meses. O que é que tem descoberto de si mesma neste período?
– Descobri uma capacidade de organização onde não imaginava que existisse. [risos]
– O nascimento do António foi um sonho tornado realidade?
– A vida é um milagre e o António uma bênção de Deus. Trouxe-me toda uma nova perceção de vida, um amor enorme, a união de casal que se redescobre num desejo comum. É tremenda a experiência, quer pelo sentimento, quer pela responsabilidade.
– Como é que ele é?
– É um “pinguim bonitão”, como carinhosamente lhe chamamos, que está sempre bem-disposto. Acorda a sorrir. Nesta fase, em que começa a interagir mais, é contagiante. Fisicamente, é a cara chapada do Miguel quando tinha a mesma idade.
– Prepara-se para viver o primeiro Natal enquanto mãe. Vai ser especial?
– Todos os Natais vão ser ainda mais especiais. O António juntar-se-á aos primos do lado paterno (este ano, excecionalmente, a minha mãe viajará de Lisboa, onde vive, para França). Se lhe disser que o António é o 11.º neto da “equipa” liderada pela avó, que conta ainda com dois bisnetos e um terceiro a caminho, facilmente adivinha a comemoração.
– Tem sido fácil conciliar o seu lado empreendedor com a maternidade?
– Com ajuda e dedicação, tudo se torna mais fácil, apesar de esta época ser de grande azáfama, em que surgem projetos menos convencionais e desafiantes para mim e para a minha equipa, como o que estamos a desenvolver a convite do Sofitel, na Avenida da Liberdade, para a sua decoração de Natal. Tive de fazer adaptações, mas para o meu equilíbrio é importante manter o percurso profissional ativo.
– Agora que é mãe sente-se ainda com mais força para lutar pelos seus sonhos e objetivos?
– Sinto-me sobretudo mais focada e sei que serei melhor mãe e mais feliz se continuar a ter uma carreira bem sucedida.
Maquilhagem: Tita Costa
Mãe há quatro meses, Catherine Cabral partilha a felicidade que está a viver
A decoradora abriu as portas do seu ‘atelier’, no centro de Lisboa, para mostrar como é para ela o Natal.
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