Pedro Norton diz que é “forrado a nostalgia”. Talvez por isso, armou-se de uma das suas paixões, a máquina fotográfica, e foi para a rua retratar Lisboa em imagens a preto e branco que remetem para o universo de Tabacaria, de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa. Manuel S. Fonseca, da Guerra e Paz, percebeu isso mesmo e decidiu reunir poema e fotos numa edição de 1500 exemplares. Rara, pois não será reeditada.
“A Tabacaria é um poema da não-existência, um poema em que se fundem o real e o irreal. É um poema do desespero, do fracasso. Nesta história que é do Pessoa, que é do Manuel, eu sou só o rapaz dos bonecos. Levo muito a sério tudo o que faço na vida, mas vou tendo o senso de não me levar muito a sério”, explicou Pedro Norton no dia da apresentação, na Casa Fernando Pessoa, onde teve a aplaudi-lo a mulher, Inês Vaz Pinto, e os filhos, Tomás, de 15 anos, e Manuel, de nove. “A Inês é a única pessoa do mundo que verdadeiramente conhece o meu ‘real por dentro’”, assumiu ainda. Inês, por seu turno, não escondeu o orgulho que tem no marido: “É mais um sonho que o Pedro realiza, pôr a sua alma em fotografias e partilhá-las. Enche-me o coração.”
“Muito mais do que um livro, é uma obra de arte”, sublinhou o jornalista Henrique Monteiro, que apresentou esta Tabacaria.
Pedro Norton retrata ‘Tabacaria’ de Pessoa
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