A ligação entre as duas era forte em emoções: chegaram a estar de costas voltadas, reconciliaram-se, e a verdade é que a mãe só durou umas horas depois de ter perdido a filha. Carrie Fisher, que ficará para sempre conhecida como a princesa Leia da saga Star Wars, morreu dia 27 de dezembro, aos 60 anos, em Los Angeles, quatro dias depois de ter sofrido um enfarte durante uma viagem de avião com origem em Londres. Tinha ficado internada desde então, e um segundo enfarte ditou o fim. A mãe, a estrela de cinema dos anos 50 Debbie Reynolds, morreu no dia seguinte, de AVC. Tinha 84 anos e não terá resistido à comoção de perder a filha. “A última coisa que disse foi que estava muito, muito triste por ter perdido a Carrie, e que gostaria de estar com ela outra vez”, contou o filho, Todd Fisher, adiantando que as cerimónias fúnebres da mãe e da irmã serão conjuntas.
Um desenlace que parece saído de um filme, tal como as vidas atribuladas das duas estrelas. Doente bipolar e com um passado de dependência de drogas, Carrie Fisher quis que as suas experiências dolorosas pudessem ajudar alguém e dedicou boa parte dos seus últimos anos de vida a relatar a sua história aos mais jovens. E para lhes explicar quem era, não lhes dizia apenas que era a atriz que interpretou a princesa Leia. Com humor, contava-lhes que a sua vida nunca poderia ter sido fácil, pois era filha de Debbie Reynolds e Eddie Fisher. Depois, explicava que a mãe era uma das grandes estrelas de Hollywood no seu tempo, que se tornou famosa sobretudo depois de ter co-protagonizado Singing in the Rain (Serenata à Chuva), e que o pai era um cantor de sucesso que se tornou ainda mais conhecido depois de trocar Debbie por um dos maiores sex-symbols dos anos de ouro de Hollywood, Elizabeth Taylor. E porque mesmo assim corria o risco de deixar a audiência pouco esclarecida, recorria a uma comparação inequívoca: dizia que o pai e a mãe eram uma espécie de Brad Pitt e Jennifer Aniston e Elizabeth Taylor era a Angelina Jolie do triângulo amoroso.
E este era apenas o ponto de partida para desfiar o rol de relações amorosas do pai e os desaires da mãe, casada em segundas núpcias com o empresário da indústria do calçado Harry Karl, um jogador compulsivo que deu cabo da sua própria fortuna e da da mulher. Reynolds casar-se-ia uma terceira vez, com o empreendedor imobiliário Richard Hamlett, que acabaria por fugir com uma amante e… o dinheiro da mulher. Por seu lado, Carrie fez um primeiro casamento que durou apenas 11 meses, com o músico Paul Simon. Divorciaram-se em 1984 e em 1992 Carrie foi mãe de uma menina, Billie Catherine, da relação com o agente Bryan Lourd. Teve diversas outras relações amorosas e em novembro passado, por ocasião do lançamento do seu livro de memórias, revelou que ela e Harrison Ford mantiveram uma relação amorosa enquanto rodavam o primeiro filme da saga A Guerra das Estrelas, em 1976. Um dos muitos episódios que alimentaram páginas e páginas de jornal sobre a sua vida, ou não fosse ela uma verdadeira filha do star system americano.
Debbie Reynolds morre um dia depois da filha, Carrie Fisher
“A última coisa que a minha mãe disse foi que estava muito, muito triste por ter perdido a Carrie.” (Todd Fisher)
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