Mário Soares nunca conseguiu reformar-se em definitivo. Depois do desaire das presidenciais de 2006, retirou-se para um papel menos ativo, mas sempre interventivo. Assumindo-se como o decano da política nacional, autoconsagrou-se “provedor” do estado da democracia e, mesmo vinda dos bastidores, a sua voz continuava a soar firme. Em intervenções regulares, a maioria por escrito, ora em livros onde relatou o seu percurso e a sua versão dos factos, ora em artigos de opinião publicados em jornais e revistas, foi dando um conselho aqui, partilhando uma inquietação ali, puxando uma orelha acolá. Até ao fim, a sua figura pairou, de forma quase omnipresente, sobre a vida dos portugueses, que reagiram com maior ou menor consternação à sua morte. Porque uma figura como Mário Soares nunca poderia ter sido consensual.
Especial Mário Soares: Retirado da política ativa, Soares assumiu-se ‘provedor’ da democracia
Nunca conseguiu reformar-se em definitivo, pairando, de forma quase omnipresente, sobre a vida dos portugueses.
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