Em dezembro de 1986, nove meses depois de se ter instalado no Palácio de Belém, Mário Soares começa a colecionar no seu passaporte carimbos de visitas oficiais ou de Estado com uma viagem a São Tomé e Príncipe e a Cabo Verde. Ao longo dos seus dois mandatos, realiza um total de 48 visitas, muitas delas com Maria Barroso, detendo o título de Presidente da República ‘campeão’ de deslocações ao estrangeiro. O que lhe valerá, aliás, muitas críticas de despesismo, sobretudo por se fazer acompanhar de vastas comitivas.
Depois de dada a prioridade aos países de expressão oficial portuguesa (passa também pelo Brasil), até ao final de 1988 desloca-se ainda à antiga URSS, Espanha, República Federal da Alemanha, Luxemburgo, Suíça e Grécia.
Em 89, Soares carimba nove vezes o passaporte, passando por Hong-Kong e Macau, Itália, Hungria, Holanda, França, Guiné-Bissau, Costa do Marfim e Zaire. No ano seguinte faz ‘apenas’ quatro visitas de Estado.
Em 1992, logo após a reeleição, torna-se o primeiro chefe de Estado português a pisar a Índia, passando por Oman, Nova Deli, Jaipur, Cochim, Goa, Bombaim, Diu e Damão. A longa lista de viagens termina em janeiro de 1996: antes de deixar Belém, Mário Soares aterra numa antiga colónia, Angola, e fecha o ciclo com uma escala em São Tomé, o primeiro país que consta no
seu passaporte presidencial.
Especial Mário Soares: O ‘Campeão’ das visitas oficiais e de Estado
Momentos de boa disposição e descontração não faltaram nas várias viagens presidenciais que Mário Soares fez ao longo de uma década.