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Fernando Santos chegou à seleção nacional em 2014. Viviam-se, então, momentos de crise e foram muitos os que duvidaram da sua capacidade de ultrapassar os problemas e criar um grupo coeso. Mas a sua fé nunca o abandonou. A mesma fé que fez com que acreditasse sempre que a equipa das Quinas tinha capacidade de vencer o Campeonato da Europa de 2016. E assim foi, quando muitos já tinham deitado a toalha ao chão, a equipa foi mostrando o seu valor e venceu a final frente à seleção anfitriã, a França. Por esta razão, Fernando Santos, o homem que fez história no futebol português, foi eleito o Melhor Treinador de 2016 pela organização dos Globos de Ouro.
“Quero começar por cumprimentar os outros nomeados e, de uma forma muito particular, o meu amigo Rui [Vitória]. Penso que qualquer um seria um justo vencedor e obviamente não vou dizer que não esperava vencer. Vou dizer algo comum e que todos dizem: no mundo do espetáculo nada se faz sozinho e também os treinadores não vencem sozinhos, vencem em equipa, portanto há que partilhar este prémio com as 70 pessoas que estiveram comigo em Marcoussis [cidade que acolheu os portugueses durante o Euro 2016] e que durante dois anos tornaram possível a conquista do Campeonato da Europa. De uma forma muito especial a minha equipa técnica, o meu presidente [Fernando Gomes] e os meus treinadores. Sem eles era impossível termos conseguido o que conseguimos. E também tenho de dedicá-lo a todos vocês, porque, no fundo, isto é um prémio de Portugal e dos portugueses”, afirmou ao Fernando Santos, sob fortes aplausos do público.
Nascido a 10 de outubro de 1954, em Lisboa, Fernando Manuel Fernandes da Costa Santos iniciou-se no futebol como jogador (lateral-esquerdo), tendo passado pelo Benfica, o Marítimo e o Estoril Praia.
Quando decidiu pendurar as chuteiras, em 1975,voltou à sua área de formação, engenharia eletrónica e telecomunicações para garantir a estabilidade financeira da sua família.
O regresso aos relvados aconteceu em 1987, quando se estreou como treinador no último clube onde jogou, o Estoril Praia. Liderou a equipa durante sete anos, tendo conseguido duas subidas de divisão, até ao escalão principal do futebol português.
Seguiram-se quatro épocas no Estrela da Amadora e em 1998 passou a treinar o Futebol Clube do Porto. Na primeira temporada na Invicta levou os azuis e brancos à liderança do campeonato e venceu por duas vezes a Taça de Portugal.
2001 foi novamente um ano de mudança. Desta vez, também de país. Fernando Santos foi contratado pelo AEK da Grécia, onde o seu trabalho deu frutos imediatos: no ano seguinte a sua equipa venceu a Taça da Grécia. Nesse mesmo ano, mudou-se para o Panathinaikos.
Regressou a Portugal e teve breves passagens pelo Sporting Clube de Portugal e o Benfica.
Em 2009/10 levou o PAOK ao segundo lugar da liga grega e garantiu a presença da equipa na terceira pré-eliminatória da UEFA Champions League.
A 1 de julho de 2010 foi apresentado como novo selecionador da Grécia e ajudou a equipa a apurar-se para o Euro 2012. Repetiu o feito para o Campeonato do Mundo de 2014 e conduziu a equipa aos oitavos-de-final antes de deixar o cargo.
Foi escolhido para o comando técnico da seleção portuguesa em setembro de 2014, quando Paulo Bento saiu. Graças a seis vitórias seguidas, a equipa apurou-se para o Euro 2016, que se disputou em França, e venceu a competição, sagrando-se Campeã da Europa. A seleção das quinas foi recebida em apoteose no regresso a Portugal e Fernando Santos passou a ser visto como um herói nacional.
Em dezembro último, Fernando Santos foi eleito Melhor Treinador do Ano pela Federação Internacional de Estatística.
Na mesma categoria estavam nomeados José Uva (atletismo), a dupla Hélio Lucas/José Sousa (canoagem) e Rui Vitória (futebol).