
Foi com um enorme sorriso nos lábios que Carminho subiu ao palco do Coliseu dos Recreios para receber o segundo Globo de Ouro da sua carreira. Depois da distinção da SIC e da CARAS em 2013 pelo álbum Alma, a fadista volta a ser premiada na Gala do Ano, desta feita por Carminho Canta Tom Jobim, lançado em dezembro de 2016. “Obrigada pela atribuição deste Globo. Queria agradecer, primeiro que tudo, à minha equipa, representada pelo meu manager João Pedro [Ruela] (…) Quero agradecer à família de Tom Jobim por este desafio, à minha família e principalmente ao público porque é ele que me faz acreditar sempre que eu tenho de fazer aquilo que o meu coração e a minha intuição mandam. Obrigada!”, disse a fadista.
Maria do Carmo de Carvalho Rebelo de Andrade, conhecida como Carminho, diz que sempre soube que o fado era o seu destino. A música teve uma presença muito forte na sua infância e ainda adolescente começou a cantar na Taberna do Embuçado, em Lisboa.
O seu álbum de estreia, Fado, foi apresentado em 2009 e mostrou, desde logo, o sucesso que se avizinhava: foi Disco de Platina, eleito melhor álbum de 2011 pela revista britânica Songlines e a agenda depressa se encheu de concertos nas principais capitais europeias. Foi convidada pelo cantor espanhol Pablo Alborán para participar no seu disco e o tema Perdonáme foi um sucesso em Portugal e em Espanha.
A 5 de março de 2012, Carminho lançou Alma, o disco que lhe valeu em 2013 o Globo de Ouro de Melhor Intérprete Individual. Este trabalho, que tal como o primeiro contou com produção e direção musical de Diogo Clemente, combina versões com temas originais. “As versões são pouco evidentes; vão buscar material menos recordado mas igualmente notável aos reportórios de Amália (Cabeça de Vento), Dina do Carmo (À Beira do Cais) ou Fernanda Maria (As Pedras da Minha Rua), mas também a Chico Buarque (Meu Namorado, de O Grande Circo Místico) ou Vinicius de Moraes(Saudades do Brasil em Portugal). Os originais contam com a mão de Diogo Clemente (Bom Dia, Amor, sobre Fernando Pessoa), Mário Pacheco (Talvez, com letra de Vasco Graça Moura), e Vitorino (Fado Adeus). E surgem ainda novas letras para fados tradicionais – uma delas, Folha, da própria Carminho, outra, Impressão Digital, um poema de António Gedeão”, pode ler-se no site oficial da fadista.
Em 2013, o álbum foi reeditado, desta vez com temas em conjunto com o músico brasileiro Chico Buarque. Já no final do ano, Alma foi distinguido com o Prémio Carlos Paredes.
Canto chegou aos portugueses em 2015, o mesmo ano em que Carminho participou num disco de tributo a Amália Rodrigues, num dueto com Caetano Veloso. Esteve novamente entre os candidatos aos prémios atribuídos pela SIC e a CARAS, mas nesse ano venceu António Zambujo.
A jovem fadista voltou a estar em destaque em todas as rádios portuguesas com o tema O Amor é Assim (também na corrida ao prémio de Melhor Música na XXII Gala dos Globos de Ouro), que resulta de uma colaboração com os HMB.
O álbum que hoje lhe vale um Globo de Ouro foi lançado em dezembro de 2016, é composto por 14 temas de Tom Jobim e conta com participações de artistas como Maria Bethânia e Chico Buarque.
Na mesma categoria estavam nomeados António Zambujo (com o álbum Até Pensei que Fosse Minha), Cristina Branco (com o álbum Menina) e Fábia Rebordão (com o álbum Eu).