
Adepta de um estilo de vida saudável, em que dá prioridade à alimentação, ao exercício físico e à saúde mental, Bárbara Taborda, professora de ioga, autora do livro Slow Aging – Um Guia para Uma Vida Longa, Saudável e Feliz e terapeuta multidimensional, começou tarde a recorrer aos dermocosméticos. Hoje em dia tem uma rotina regrada que se tornou ainda mais disciplinada quando surgiram os primeiros sintomas da menopausa. Usa obrigatoriamente produtos para limpeza de pele, protetor solar e soluções que ajudam a combater a flacidez, a melhorar o colagénio e a elastina. Cuidados que se estendem ao ano inteiro e que não são exclusivos do verão, embora a chegada da estação quente a leve a reforçar alguns deles.
– É mentora do programa digital Corpo de Verão o Ano Todo, que promove na sua página de Instagram. Conseguir um corpo de verão em pouco tempo é uma miragem?
Bárbara Taborda – É, de facto. Este programa é um ponto de partida, é um desafio com a duração de 21 dias, mas que se pode estender ao ano inteiro. Ajuda na perda de peso, na redução abdominal, a ter mais energia e, principalmente, saúde. Um corpo fit é o reflexo de um corpo saudável, e esse deve ser o foco.
“Se não houver um equilíbrio entre o bem-estar emocional e a saúde mental, o corpo não vai acompanhar.”
– É regrada nos cuidados com o corpo?
– Hoje em dia sou. Em relação à alimentação, evito tudo o que são alimentos processados, glúten, lácteos, tudo o que é inflamatório. Depois, se queremos um corpo tonificado, é obrigatório praticar exercício físico, sobretudo a partir dos 40 anos. E falo de musculação, não apenas de Pilates ou ioga, que ajudam bastante a manter o tónus e a flexibilidade, mas não são suficientes. Se queremos um corpo tonificado, aumentar a massa muscular e contrariar a lei da gravidade, temos que ser regrados nisso também. Sem esquecer que se não houver um equilíbrio entre o bem-estar emocional e a saúde mental o corpo não vai acompanhar. Olho para tudo num todo. Acho que uma parte não existe sem a outra. Tudo se complementa.
– Devemos começar de dentro para fora…
– Sem dúvida. E é preciso cada vez mais as pessoas terem essa consciência. Percebi por experiência própria, ao longo destes últimos anos, que se não complementar uma boa alimentação e uma boa hidratação, bebendo água todos os dias, com os produtos que uso, não vou otimizá-los. Não vão fazer o efeito de que estamos à espera.

– Com o desejo de alcançar o corpo perfeito damos uma menor importância ao rosto, que, no fundo, está ainda mais exposto às agressões externas?
– No meu caso não. Mas foi a partir dos 40 que comecei a ter essa preocupação. Eu até achava que tinha uma aparência mais jovem do que aquela que era suposto para a minha idade, mas quando fiz testes de diagnóstico da pele percebi que havia coisas que não estavam assim tão bem, como as manchas e a desidratação. E a tendência seria para piorar rapidamente. Passei a ter cuidados acrescidos.
– Quer revelar-nos que cuidados são esses?
– Limpo a pele sempre. De manhã, porque durante o sono a pele está a fazer um processo de limpeza, e à noite a rotina é a mesma, porque estamos expostos aos radicais livres, como a poluição e os raios solares, por exemplo, e é preciso remover a sujidade. Uso um tónico para equilibrar o pH, porque a pele depois de lavada fica seca e desidratada. Não dispenso um sérum, que para mim é um dos maiores segredos e um grande aliado para uma pele mais saudável. De manhã opto por um com shots vitamínicos e à noite gosto de usar séruns com retinol, que atuam na renovação celular, firmeza e rugas. Aplico um bom hidratante e um creme para os olhos, que comecei a usar muito recentemente. Faço esfoliação no rosto uma vez por semana. Por último, e não menos importante, é obrigatório o protetor solar, que reforço no verão, estendendo ao corpo todo. Confesso que comecei a usar tardiamente. Durante a juventude não tinha muito esse cuidado, e mais tarde percebi que as manchas que tinha na pele tinham a ver com o facto de não usar cremes com fatores de proteção durante o dia a dia.
– A menopausa altera em muito a pele. Tendo 48 anos, já é uma preocupação premente?
– Sim, até porque já estou nesse processo desde o ano passado. Confesso que fui apanhada um bocadinho de surpresa, porque nunca pensei nisso. Hoje, e ainda bem, já se fala mais nisso, para que as gerações futuras já se possam preparar muito melhor.
“Para as mulheres que pensam que estar na menopausa é o fim da linha, não é, talvez seja mesmo o início de outra boa fase.”

– Entrou em negação?
– Quase [risos]. Durante anos a menopausa foi um tema tabu e nunca quis pesquisar nem estar informada sobre o assunto, porque achava que só acontecia na velhice… E mesmo quando comecei a notar alguns atrasos nas minhas menstruações, nem isso me passou pela cabeça. Pensava que era ainda muito jovem e confesso que no início, por vergonha, até escondi o que me estava a acontecer. Depois, pensei que era ridículo estar a esconder, que não fazia sentido e decidi mesmo fazer uma live mensal na minha página de Instagram para dar voz ao tema, para sensibilizar as mulheres a terem cuidados redobrados com o corpo a partir dos 35 anos. Agora costumo dizer que estar na menopausa até pode ser algo verdadeiramente empoderador, porque a mulher atingiu o seu auge e, com as estratégias e ferramentas certas, pode passar por essa fase de uma forma tranquila e o mais equilibrada possível e criar mesmo uma nova versão de si mesma.
– Mesmo assim, há várias mudanças que têm a ver com o corpo que podem ser difíceis de aceitar.
– Sim, além de outros sintomas, o corpo e a pele realmente mudam muito. A menopausa acelera o processo de flacidez, as manchas agudizam-se… E, se pudermos amenizar tudo isto e antecipar algumas maleitas, podemos ter uma menopausa mais tranquila. Para as mulheres que pensam que estar na menopausa é o fim da linha, não é, talvez seja o início de outra boa fase.
Corpo de verão o ano inteiro
“É fundamental começar de dentro para fora. Primordial é ter uma alimentação equilibrada e uma boa hidratação, bebendo muita água. Se não complementarmos isto com os produtos que usamos, não vamos otimizá-los, não vão ter o efeito que desejamos. Manter o exercício físico regular é outra regra que devemos seguir durante todo o ano. E depois, sim, podemos potenciar o efeito de soluções refirmantes, anticelulíticas e antiestrias, por exemplo.”