Esta semana ficou marcada por um dos relatos mais intensos dos abusos sexuais cometidos por figuras ligadas ao universo de Hollywood. Salma Hayek publicou “Harvey Weinstein também é o meu monstro” no The New York Times, isto depois de outras mulheres terem acusado o produtor de assédio e violência sexual, entre as quais Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Cara Delevingne. Weinstein desmenta umas coisas e “não se lembra” de outras, mas o apoio à atriz mexicana tem chegado um pouco de toda a parte.
A última mensagem veio da amiga de longa data Penélope Cruz, atriz espanhola galardoada com um Oscar precisamente num filme em que trabalhou com Weinstein, “Vicky Cristina Barcelona“, de Woody Allen. Penélope lembra que as mulheres “têm sido desvalorizadas artisticamente a um nível indecente, ao ponto da indústria cinematográfica ter deixado de fazer um esforço para perceber o que é que a audiência feminina quer ver” e que histórias precisam de ser contadas. E pergunta: “Por que tantas de nós, mulheres artistas, temos de ir para a guerra para contar as nossas histórias quando temos tanto para oferecer? Por que temos de lutar com unhas e dentes para manter a dignidade?“.
A atriz espanhola diz nunca ter passado por nenhuma situação semelhante com Weinstein, mas não deixa de manifestar apoio às mulheres que o acusam. E avisa: “até que haja igualdade na nossa indústria, com homens e mulheres a ter o mesmo valor em todos os aspetos, a nossa comunidade vai continuar a ser terreno fértil para os predadores“.