Ao contrário de muitos dos seus colegas, Pedro Sousa, de 29 anos, nunca sonhou ser ator, mas sempre teve o desejo de explorar outras vidas para além da sua. Por isso, quando a paixão pelo surf deixou de ser suficiente, a representação entrou no seu caminho. Hoje, passados oito anos, não se arrepende, mas diz que nada está decidido e que ao longo da vida poderá encontrar outros caminhos. Para já, abraça com força o vilão Tomás da novela Paixão, da SIC.
Interpretar um vilão é o desejo de qualquer ator…
Julgo que sim, pelo menos o meu era, e há muito tempo. Um vilão dá-nos a oportunidade de fazer aquilo que está reprimido dentro de nós e que a sociedade não nos deixa fazer. Podemos soltar essa maldade que julgo que todos nós temos, uns mais do que outros. [Risos.]
Nesse caso, a representação serve um pouco como terapia?
No meu caso, sim. Nunca cresci a ter o sonho de ser ator, nem nunca pensei que o meu caminho fosse por aí, por isso acho que esta vontade de explorar o trabalho de ator foi também para explorar a vida e, se calhar, fazer terapia a mim próprio através das personagens que vou interpretando.
Traz-lhe um maior autoconhecimento?
Garantidamente. Quis ser ator única e exclusivamente porque não sabia o que é que queria fazer. E por saber que ao ir por este caminho iria viver várias vidas e um dia escolheria uma. Se calhar, um dia faço um bombeiro e esse pode passar a ser o meu caminho.
O surf deixou de ser suficiente?
Sem dúvida. Ainda no outro dia estava a dizer isso a alguém… Não tenho nada contra o pessoal
do surf, antes pelo contrário, pois foi aí que fui educado, mas hoje em dia não faz sentido nenhum para mim. Faz-me até confusão ver que as pessoas com quem me dei e competi há dez, 15 anos se mantiveram iguais, no chamado surf lifestyle. Parece que estagnaram no tempo.
Esta personagem tem feito com que o abordem mais na rua?
Nem por isso, acho que passo despercebido, até porque a minha roupa nada tem a ver com a da personagem. Gosto de andar de gorro, não porque ande escondido, mas porque tenho um estilo género skater, mais citadino. Noto que por vezes há pessoas que questionam se serei eu ou não, mas são poucas as que me abordam.
Fotos: Paulo Miguel Martins
Produção: Filipa Gonçalves
Maquilhagem: Tita Costa
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1174 da revista CARAS.
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