Após se juntar ao grupo de mulheres a acusar Harvey Weinstein de assédio sexual, Mira Sorvino, relembrou um episódio inapropriado vivido aos 16 anos, quando participava numa audição para um filme.
Numa conversa durante o podcast HFPA In Conversation, a atriz, hoje com 50 anos, disse:
“Ao pensar na minha carreira, dei-me conta de que, numa das minha primeiras audições, quando tinha 16 anos, o diretor de casting tratou-me de forma totalmente inapropriada. Para me assustar numa cena de um filme de terror, prendeu-me a uma cadeira e magoou-me o braço. Tinha 16 anos e ele amordaçou-me com um preservativo“.
Sorvino acrescentou ainda que, naquele momento, percebeu “como funciona o sistema da representação“, afirmando que 0a juventude faz com que, muitas vezes, nas seja questionado. “Quando és jovem pensas, ‘oh, bem, tenho de ser forte, tenho de estar triste para representar bem, e isso significa que seja feito um esforço adicional. Há essa estética de deixar ir o ‘eu’, tentando submeter-se à arte. As pessoas aproveitam-se disso. Sempre o fizeram“, explicou.
A atriz continuou, denunciando outras ações menos próprias que acontecem com frequência no meio. “Os dias de cenas nuas, ou de amor com pessoas extra no set, que se aproximavam. Os diretores pressionam-nos para que tenhamos relações com eles, dizem que se o fizeres, consegues o papel. Aconteceu-me várias vezes“.
Mira finalizou com uma declaração chocante. “Um grande diretor que ganhou um Óscar e é conhecido pelo seu perfil de justiça social em alguns filmes, disse-me literalmente, numa reunião, ‘sabes, quando olho para ti, a minha mente não consegue evitá-lo. Viaja sobre possibilidades artísticas e sexuais’“.