
Joaquim Norte Sousa
Do Museu de História Natural de Londres chegou à Alfândega do Porto Extinção – O Fim ou o Início?, a segunda mostra organizada por Paula Paz Dias, que, depois do sucesso de Leonardo da Vinci – As Invenções do Génio, continua a colocar a cidade no mapa das maiores exposições mundiais.
Realizada neste novo papel, depois de 20 anos dedicados à magistratura, a mulher do empresário Mário Ferreira não tem dúvidas de que tomou a decisão certa ao mudar de carreira para se dedicar mais à família. As filhas, Carlota, de dez anos, e Catarina, de sete, foram o principal motivo e diz que o tempo que passam juntas é insubstituível.
– Como surgiu a possibilidade de trazer para o Porto esta exposição?
Paula Paz Dias – Foi uma batalha longa e árdua. Esta exposição tem espécimes muito delicados, que exigem condições específicas a nível de temperatura, de humidade e de iluminação, o que obrigou a uma monitorização detalhada durante o período experimental. Mas valeu a pena o esforço, porque estou muito feliz por termos no Porto esta exposição de grande qualidade e acessível a todos.
– Foi uma grande mudança de vida: de juíza para empresária…
– Fui juíza durante 20 anos e gostava imenso do que fazia. No entanto, era muito difícil compatibilizar os meus horários com os do Mário e ter o tempo que queria para as nossas filhas. Por isso, pela família, decidi enveredar por uma área que me permite um maior equilíbrio. Fui estagiar para a Douro Azul com um excelente professor, o Mário, que tem uma visão empresarial notável. E eu tento aprender sempre com ele. Fiz formação em História de Arte e Gestão, até que surgiu a possibilidade de trazer para o Porto a exposição do Leonardo da Vinci. Tive a sorte de trabalhar com uma equipa espetacular, e, apesar de ter sido a minha primeira experiência, superou as melhores expectativas.
Mário Ferreira – A Paula é uma empresária de sucesso! Está a fazer um caminho excelente. A maior dificuldade será superar o sucesso da primeira exposição. Foi assustador o êxito que obteve, não falhou nada!
– A Paula sente-se realizada com estes novos desafios?
Paula – Eu entusiasmo-me com facilidade, arregaço as mangas e dou o meu melhor em tudo o que faço. Este é um projeto de grande responsabilidade, que preenche o meu lado cultural e me permite trabalhar ao lado do meu marido. Mas também dou apoio jurídico à administração da Douro Azul. O Direito fez parte da minha vida e era impossível desligar-me por completo.
Texto: joana brandão
fotos: joaquim norte de sousa