Depois de 11 meses a gravar ininterruptamente, Sofia Ribeiro conseguiu finalmente alguns dias de pausa para se dedicar a si e àqueles que mais ama. Passou uma semana em Cuba e, regressada a Portugal, rumou ao Algarve com a família. Nesses dias de descanso, combinámos com a atriz uma sessão fotográfica descontraída, seguida de uma entrevista, onde se falou da pessoa que é hoje depois de um período conturbado, culpa do cancro da mama que lhe foi diagnosticado em 2015 e que motivou a escrita de um livro, Confia, que retrata essa sua experiência.
– Depois de tantos meses a trabalhar intensamente, já conseguiu recuperar as energias?
Sofia Ribeiro – Apesar de ter sido só uma semana, porque logo de seguida tinha o lançamento do meu livro, valeu muito a pena conhecer Cuba. Sabe sempre bem viajar, conhecer novas culturas, arejar ideias e descansar um bocadinho, nem que seja por pouco tempo. Felizmente, também foi possível passar uns dias com a família pelo Algarve. São dias cheios de animação. Somos muitos, muitas crianças, e onde há crianças há sempre alegria. Todos os anos tiro uns dias para passar com as minhas sobrinhas, que são, como se costuma dizer, a luz dos meus olhos. Este ano resolvemos juntar-nos todos e foram dias muito felizes. Os momentos difíceis que passámos com a minha doença e depois com a do meu pai aproximou e uniu muito a família. São os chamados males que vêm por bem. Contudo, em bom rigor só tive duas semanas de férias, mas não me queixo. Talvez consiga mais um dia ou outro. Se não conseguir, também não vem mal nenhum ao mundo. Passei tanto tempo parada, pelos motivos que conhecemos, que uma agenda cheia só me deixa muito feliz e agradecida.
– Estar perto de crianças aumenta de alguma forma o desejo de ter filhos?
– Não sei se, em consequência dos tratamentos, terei essa possibilidade, mas espero e acredito que sim. Sei que serei mãe, mas já não antecipo nada na minha vida. Estar rodeada de crianças dá-me anos de vida. Adoro-as, são puras, genuínas e sem maldade. É uma energia boa e contagiante. Mas não vivo obstinada com esse desejo, pois neste momento o mais importante é a minha saúde. O resto vai acontecendo, sem pressão, sem pular etapas. Por exemplo, antes disso ainda falta encontrar alguém especial. Estou solteira por opção há três anos e provavelmente estou melhor que nunca. Descobri que sou a minha melhor companhia. Uma coisa que não sabia fazer era estar sozinha… Costumo dizer na brincadeira que se ainda não encontrei ninguém especial é porque alguém lá em cima está a desenhá-lo para mim. [Risos.]
– O que é preciso alguém ter para ser especial?
– Mesmo já tendo tido algumas desilusões, isso não fez de mim uma pessoa de pé atrás com os outros. As pessoas são todas diferentes e não é por uma ter sido menos leal ou transparente que serão todas assim. O que não quer dizer também que me “dê” com facilidade. Estou mais seletiva. Cada vez me dou mais a pessoas com boa energia, aquelas pessoas que sorriem sem terem necessariamente de o fazer. São a essas que normalmente me confio. Das outras já nem me aproximo.
Fotos: Ricardo santos
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1207 da revista CARAS.
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