
João Lima
Praticante assíduo de surf desde os 18 anos, Luís Onofre não quis perder a oportunidade de estar ao lado de algumas das maiores lendas daquela modalidade desportiva que se concentraram no passado fim de semana na praia de Santa Bárbara, em S.Miguel, para participar no Azores Airlines World Masters Championships. Por isso, usou todo o seu poder persuasivo para conseguir convencer a namorada, Ariana Marques, a acompanhá-lo nesta aventura, a convite do Seat Surf Trip, acabando por também proporcionar o batismo de voo do filho, Vicente.
Com apenas um mês de vida, o bebé foi o centro das atenções de todos os convidados presentes, que se renderam aos seus encantos. À CARAS, os pais revelaram que, apesar de não ter sido planeado, Vicente veio trazer uma enorme alegria à casa e às irmãs, Beatriz, de 19 anos, Marta, de 17, e Maria Luís, de 11, fruto do anterior casamento do designer de sapatos.
– O Vicente acabou por nascer um mês antes do que estava previsto…
Ariana – Sim. Eu estava na praia quando comecei a sentir umas dores e percebi que qualquer coisa se estava a passar. Liguei à minha médica e ela pediu-me para ir ter com ela ao hospital. Quando lá cheguei, disseram-me que estava com contrações e que o bebé ia nascer.
– O Luís acabou por ser surpreendido com o telefonema da Ariana?
Luís – Sim. Eu estava a trabalhar quando a Ariana me ligou a dizer que ia ter com a médica, mas insistiu que não valia a pena ir com ela, pois só queria certificar-se de que estava tudo bem. Mas a verdade é que já não saiu de lá. Acabou por ser tudo a correr. Não tínhamos nada preparado…
– Apesar de ter nascido prematuramente, não precisou de ficar internado?
– Não. Felizmente, a Ariana tinha tomado corticoides na semana anterior, para ajudar a amadurecer os pulmões do Vicente, porque a médica já sabia que o nascimento podia estar iminente. Felizmente, correu tudo bem, não teve que ir para a incubadora nem ficar internado.
Ariana – Saímos da maternidade quatro dias depois e eu não tive dores nenhumas. Nasceu de cesariana, felizmente foi um parto muito fácil e conseguimos os dois ver o Vicente nascer. Foi um momento único, acho que o auge da minha vida.
– Já tinha assistido ao nascimento de alguma das suas filhas?
Luís – Sim, da Marta, mas foi um parto mais complicado. Como foi uma má experiência, eu disse logo que não queria assistir a este parto. Desde o início que estava decidido que seria a mãe da Ariana a estar na sala de partos, mas, pouco antes do Vicente nascer, a mãe dela começou a sentir-se mal e acabei por ser eu a ir para junto da Ariana. E ainda bem, porque foi um momento único.
– Parecem ser pais muito descontraídos, a ponto de viajar com um bebé de apenas um mês. Era, calculo, um sonho estar aqui ao lado de grandes nomes do “surf”?
– Sem dúvida. Ter sido pai pela quarta vez dá-me uma certa tranquilidade e à-vontade para fazer determinadas coisas. Há que ter um cuidado mínimo, até porque foi um bebé prematuro, mas a partir daí as coisas rolam naturalmente. Com esta temperatura fantástica e num sítio maravilhoso, não havia razão para não virmos. Quanto ao surf, tenho que dar os parabéns ao Rodrigo Herédia por ter reunido aqui ex-campeões do mundo, muitos deles meus ídolos de juventude, pessoas que sempre acompanhei e cujas manobras tentava imitar no mar. Poder surfar ao lado deles é espetacular, sobretudo porque são todos super simpáticos e descontraídos.
– Continua a falar do “surf” com muita paixão, apesar do acidente na Indonésia que o deixou em perigo de vida…
– É verdade. Foi em 2013, nas ilhas Mentawai. Fui parar ao recife e foi uma situação verdadeiramente assustadora. Ia lá ficando… No fundo, é como os motards: podem aleijar-se a sério, mas, assim que recuperam, querem logo pegar numa mota. Assim que fiquei bom, libertei os medos e fui para dentro de água.
Fotos: João Lima