É difícil desfrutar dos momentos quando estamos cheios de coisas para fazer. Com ansiedade sobre o que há de vir. Nesta conciliação de trabalho e de família é tão fácil acabarmos por não gozar nem um nem outro.
Farto me de cair nessas espirais mas tenho tentado sair delas o mais depressa possível. Porque acredito que temos a capacidade de pormos o tempo em câmara lenta. Absorvermos tudo com mais calma e gravando alguns momentos na nossa memória. Mas não o podemos mesmo por para trás. Não da para viver uma coisa que já passou.
Estes fins de semana têm sido rápidos mas tenho conseguido guardar alguns momentos em câmara lenta.
Ontem um francês que ouvia as minhas músicas de olhos fechados, a senti la. O sorriso de uma senhora quando percebeu a letra de uma das canções , a gargalhada da Carminho quando o Eduardo a meio da noite ligou o duche em vez do autoclismo, o sono quentinho do eduardinho ao meu lado, o entusiasmo da Madalena enquanto conhecíamos as ruas do Porto, o Eduardo a abrir me a porta da caravana a 1h30 da manhã num parque de campismo vinda de um concerto com um sorriso de orelha a orelha.
Não sei o que vai acontecer daqui para a frente. Não sei se a minha música vai ser bem recebida , quantos concertos vou ter , se vou conseguir ganhar dinheiro mas estou mesmo aqui a realizar o meu sonho, o meu projeto e a conseguir desfrutar dele. E isso basta.