Paulo Miguel Martins
A leveza e a descontração com que Marta Aragão Pinto e Filipe Terruta, ambos de 42 anos, encaram a vida fazem com que tudo tenha muita intensidade, mas, acima de tudo, muita diversão. Por isso o momento em que souberam que iriam ser pais pela segunda vez – e do primeiro rapaz –, que vem juntar-se a Mónica, de 17 anos, e a Vera, de 14, nascidas do anterior casamento da relações-públicas, e a Joana, de dez, filha de ambos, foi de uma emoção tal que se mantém até hoje, quando já só falta um mês e meio para o nascimento de Henrique.
– Quando souberam que a Marta estava grávida, deve ter sido a loucura total…
Marta Aragão Pinto – [Olha para Filipe e riem os dois sem parar.] Acho que sete meses depois ainda estamos nesse estado de loucura total. Quando soubemos, nem queríamos acreditar. E esperámos três meses até contarmos às miúdas, porque queríamos que tudo corresse bem. Quando lhes contámos, elas também não estavam a acreditar, só quando lhes mostrei a barriga perceberam que era verdade e começaram as três a chorar compulsivamente abraçadas a nós. Acho que esse foi o momento mais especial de todos.
– Como é viver uma gravidez aos 42 anos?
Marta – Sinto quase como se fosse uma primeira gravidez. É uma delícia. Está tudo muito diferente, tudo é mais evoluído. Estou a querer viver isto ao máximo, quero sentir as coisas, quero tirar fotografias, quero acompanhar e guardar todas as memórias.
Filipe Terruta – Já sabíamos há dez anos, após o nascimento da Joana, que isto iria acontecer, pois desde então que a Marta queria ter mais um filho. Chegou a uma altura em que percebemos que se não fosse agora não seria mais. No verão pensámos nisso e aconteceu à primeira. A maior diferença tem sido as reações das miúdas e o estarmos a viver isto intensamente com elas. Quanto ao rapaz que aí vem, acho que ainda não nos caiu a ficha, só quando ele nascer… Vamos começar do zero, mas agora contamos com três babysitters e isso vai ser fantástico.
– Depois de três raparigas, ser um rapaz é a cereja no topo do bolo…
Marta – Logo na primeira ecografia a médica disse que seria mais uma menina e nós estávamos tranquilos com isso, aliás já estávamos a contar que assim fosse e achámos engraçado na mesma. Depois fiz um teste de rastreio pré-natal, para saber se estava tudo bem, mas também o sexo. Recebi o resultado por e-mail, estava de oito semanas, e as miúdas ainda não sabiam que eu estava grávida. Enfiei-me no quarto para ver o resultado, fiquei histérica baixinho, porque elas estavam em casa, e só ao final do dia pus o Filipe histérico também, mas em silêncio. [Risos.] Eu só pensava: “O que é que eu vou fazer com um rapaz?” Foi uma altura muito gira vivida entre nós os dois.
Filipe – Ainda nem sei dizer muito bem, porque na verdade já estou com pena do meu filho. [Risos.] Eu tive de me habituar forçosamente a este mundo feminino, agora ele… Estou com algum receio. Mais uma menina seria supertranquilo, agora um rapaz, no meio de três raparigas mais velhas, ai, meu Deus! Vou tentar ajudá-lo em tudo e tentar mostrar-lhe como sobreviver no meio de mulheres. Desejo-lhe sorte! [Risos.]
