Aos 25 anos, Sara do Ó deixou um trabalho de sucesso como auditora na multinacional KPMG para se aventurar a solo e criar uma empresa de contabilidade em sociedade com Filipa Xavier de Basto, a que deram o nome de Your e que “pintaram de rosa”. Treze anos depois, a Your conta com 11 áreas de apoio e suporte à gestão empresarial e Sara afirmou-se num mundo maioritariamente dominado por homens, não deixando de ser, no entanto, uma mulher muito feminina e uma mãe atenta e dedicada.
Numa rara pausa na sua preenchida agenda de trabalho, a financeira abriu-nos as portas de sua casa, apresentou-nos a filha, Isabel, de cinco anos, nascida do seu casamento, entretanto já terminado, com José Rui Menezes e Castro, e contou-nos como equilibra a sua vida pessoal e as exigências da maternidade com a sua carreira e as responsabilidades de “ajudar” quase dois mil clientes.
– Os seus dias são sempre assim, a correr?
– Maioritariamente, sim. Acabei de chegar de São Paulo, fui direta para uma conferência e vim a correr para aqui. Já estou habituada a que os dias sejam assim.
– Recuando um pouco no tempo, é preciso alguma coragem para deixar um trabalho certo e com futuro para arriscar no incerto e abrir uma empresa…
– Sim, é preciso alguma coragem e diria até um ato de fé, porque temos de estar plenamente convictos do que estamos a fazer. O empreendedorismo, para mim, é a melhor coisa do mundo, porque estamos a deixar marca, mas também é preciso sofrer pela ideia. Existem processos dolorosos, em que até apetece desistir, mas depois há um lado altamente gratificante, que é o de podermos fazer as coisas à nossa maneira. Na altura, ainda não era casada nem tinha filhos, por isso foi mais fácil arriscar. Claro que tive o apoio do meu pai e uma estabilidade familiar que me permitiu investir e avançar. Para mim, as pessoas é que fazem os negócios, através do seu toque e da forma como trabalham. Mesmo que seja algo que supostamente já exista, com um “laço” e uma energia diferentes torna-se outra coisa.
Uma entrevista para ler na íntegra na edição 1237 da CARAS