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Getty Images
O desfile anual da Victoria’s Secret não voltará a ter transmissão televisiva. Um dos espetáculos mais aguardados do mundo da moda perde assim um formato com mais de 20 anos.
A marca de lingerie atravessa um momento complicado e os números refletem isso mesmo. O último desfile foi gravado no passado dia 8 de novembro e transmitido na televisão nos Estados Unidos um mês depois, com uma audiência de 3,3 milhões de espectadores, o número mais baixo desde a primeira emissão, em 1995.
De facto, era de esperar que as audiências melhorassem, dado que o desfile não foi transmitido no canal noticioso CBS, como já era hábito, mas sim na ABC. Tudo parecia apontar para que o número de espectadores aumentasse face ao ano anterior, cujos resultados já tinham sido os piores de sempre, com apenas cinco milhões de espectadores, mas a realidade foi bem diferente.
De salientar que, em edições anteriores, o número de pessoas que acompanhavam o desfile em direto pela televisão rondava os 10 milhões.
Este declínio nas audiências pode poderá estar relacionado com o surgimento de vários movimentos que promovem a autoaceitação do corpo e, dessa forma, o público revê-se cada vez menos nos corpos e rostos “perfeitos” das ‘angels’.
Leslie Wexer, o CEO da companhia L. Brands (que detém a Victoria’s Secret) informou que a televisão deixou de ser o “canal mais adequado” para este tipo de evento, tendo a intenção de criar “um novo estilo de show”. “A moda é um negócio de mudança. Devemos evoluir e mudar para crescer. Com isto em mente, decidimos repensar o tradicional desfile de Victoria’s Secret. Em 2019, e de aqui em diante, vamos centrar-nos no desenvolvimento de conteúdo emocionante e dinâmico e num novo tipo de evento, que se difundirá entre os nossos clientes noutras plataformas ligadas ao presente”, afirmou o CEO, num comunicado difundido pela estação de televisão americana CNBC.
As vendas da marca têm caído globalmente, tendo os preços antingido o mínimo histórico. Várias lojas da marca já fecharam portas. O responsável pelo Marketing da L. Brands contou à Vogue que a sua aposta passava unicamente por corpos esbeltos, não havendo lugar para pessoas com outras medidas, porque “ninguém estava interessado“. Recorde-se que, ainda assim, a marca tem mostrado alguma abertura, através da contratação de mais modelos asiáticas e africanas, bem como de Winnie Harlow, a primeira modelo com vitiligo.