Cláudia Vieira estava na reta final das gravações de Alma e Coração (e ainda não tinha anunciado a gravidez) quando a encontrámos na Aroeira, num sábado à tarde, a fazer a nova campanha da Compal para apresentar o sabor deste verão, Goiaba/Pitaia. E, apesar do cansaço, foi com um sorriso rasgado que recebeu a CARAS para uma conversa num intervalo das gravações deste anúncio. Porque é com esta atitude alegre e doce que a atriz encara tudo o que faz. E é nos mesmos termos que a vida lhe retribui.
Depois de quase dois anos de telenovelas ininterruptas, Cláudia quer agora aproveitar da melhor maneira o seu verão com a filha, Maria, de nove anos, e com o namorado, o empresário João Alves, com quem mantém uma relação há cerca de cinco anos. Sobre projetos, admite: “Gostava que o próximo projeto dentro do canal fosse ligado à apresentação, mas não está ainda nada definido. Por agora, o verão é meu.”
– O mote desta campanha da Compal é a “estrela do verão”. Adaptando-o, sente-se a estrela da sua própria vida?
Cláudia Vieira – Da minha própria vida… Convém ser, se bem que, quando temos filhos, nunca nos sentimos a 100 por cento as estrelas das nossas vidas. Mas sou muito apaixonada pelo que faço, pela minha carreira e por alimentar a minha carreira. E tenho tentado fazer dela um caminho cheio de brilho, com bons desafios. É muito bom ter uma carreira da qual me orgulho muito.
– Olhando para esse percurso profissional e pessoal, sente que está onde queria estar e que é a mulher que queria ser?
– Nunca fui muito de traçar grandes objetivos e pensar que no futuro queria fazer isto ou aquilo. O que mais quero é ter uma carreira diversificada, sem medo de aceitar os desafios que vão surgindo. E a verdade é que tenho embarcado nas aventuras com alguma facilidade, e são essas minhas predisposição, disponibilidade e entrega que têm feito com que as coisas surjam e me sinta muito realizada. Mas se alguma vez pensei que aos 40 ia ter esta carreira, com este posicionamento? Nunca. As coisas foram acontecendo naturalmente.
– Acredita que tudo o que tem recebido da vida também é fruto da forma como a encara e da energia que lhe devolve?
– Tenho esse lema: acredito que com a energia que colocamos nas coisas transformamos tudo à nossa volta. Acho que tenho promovido ou feito por que muitas coisas me tenham vindo parar às mãos, porque sou muito positiva, sou otimista, sou de entrega, de paixão. Estou a passar uma fase de muito trabalho, sinto-me cansada, mas continuo muito empolgada, motivada e realizada. E é esta capacidade de sonhar, este entusiamo, que quero manter.
– Estando a Maria cada vez mais crescida, a decisão de ela não aparecer totalmente fica cada vez mais difícil? Essa gestão irá inevitavelmente passar por ela também?
– Pois, ela tem cada vez mais noção sobre aparecer ou não, e até já nos perguntou porquê, tendo em conta que ela não é atriz. E tem toda a legitimidade para nos questionar sobre isto. Mas, como lhe explicámos, os pais são atores e ela é parte primordial das nossas vidas, por isso é uma gestão que se vai fazendo quase com pinças. A decisão inicial foi de não a partilhar e não me arrependo nem um pouco. Se daqui a uns tempos ela quiser fazer parte deste meio… Nós vivemos dentro de um contexto e o contexto dela é este. Esta é a normalidade para ela, e a Maria sabe perfeitamente que o trabalho da mãe não é mais nem melhor do que o trabalho de outras mães só porque apareço na televisão. E quero muito que ela cresça com esta consciência de que não é mais nem menos do que ninguém por ser minha filha e do Pedro [Teixeira].
– E ela já demonstra alguma vontade de lhe seguir as pisadas?
– Ela diz sempre que não. Mas depois há todo um comportamento e atitude que contraria essa afirmação. [Risos.]
– Estando a Maria com nove anos, as preocupações e os desafios já começam a ser diferentes. Preparada para a ver tornar-se mais independente?
– Não estou nada preparada para isso. Ela tem nove anos, mas são uns nove anos crescidos… E eu não estou preparada, mas quero estar. E acho que na altura certa irei estar. O dia a dia ensina-nos a estarmos preparadas para todas as fases dos nossos filhos.
– Esta fase que vive hoje, de realização e de serenidade, também acontece muito por causa da relação que mantém com o João?
– Sim, sem dúvida. A gestão da própria relação, a forma como as coisas foram acontecendo, não ser tudo uma coisa galopante… A vida vai fazendo acontecer, e isso é muito bom. Estou mesmo muito feliz.
– Sente que vive hoje um amor que a completa?
– Este é um amor diferente dos amores que já vivi. Não sendo eu uma mulher de muitos amores, mas sim de amores muito longos, este é um amor sereno, que me faz feliz, que me faz sorrir. Esta é, de facto, uma fase muito especial da minha vida.