O cantor de ópera Plácido Domingo está a ser acusado de assédio sexual por nove mulheres, que relataram à Associated Press episódios que remontam à década de 1980 e se estendem até 2002. Além destas, outras seis mulheres afirmaram que o cantor as deixou “desconfortáveis” com o seu comportamento.
Das nove mulheres que o acusaram apenas uma, Patricia Wulf, permitiu que o seu nome fosse tornado público. “Um almoço de trabalho não é estranho. Alguém estar a tentar a segurar-te a mão durante um almoço de trabalho é estranho. Pôr a mão no teu joelho é um pouco estranho. Ele estava sempre a tocar-me de qualquer maneira, sempre aos beijos”, afirmou uma das mulheres.
Em resposta a estas acusações divulgadas pela Associated Press, Plácido Domingo emitiu um comunicado onde nega os relatos feitos pelas mulheres, salientando as incongruências apresentadas nas histórias. “As alegações destas pessoas anónimas, que remontam a mais de 30 anos para trás, são perturbantes e, da maneira como foram apresentadas, imprecisas”, começou por dizer. “Acredito que todas as minhas interações e relações foram sempre bem recebidas e consensuais. No entanto, reconheço que as regras e padrões que hoje temos — e devemos ter — em conta são muito diferentes do que eram no passado. Tive a bênção e o privilégio de ter uma carreira com mais de 50 anos em ópera e vou obrigar-me aos mais altos padrões”, disse ainda, explicando que é difícil ouvir que “perturbou” e “deixou desconfortáveis” as mulheres que agora o acusam, salientando que aquela não era a sua intenção.
Duas dessas mulheres disseram que acabaram por ceder às investidas do cantor, uma vez que este era seu superior hierárquico e que lhes prometeu a atribuição de papéis de destaque nas óperas por si dirigidas. No entanto essas promessas nunca chegavam a ser concretizadas, pelo contrário, Plácido Domingo não voltava a contratá-las.