Aos 62 anos, Joaquim de Almeida já não tem nada a provar. Com uma sólida carreira, o ator já nem vai a castings, escolhendo os papéis que faz. Apesar do sucesso, nunca se deixou deslumbrar, reconhecendo que importante é a relação que estabelece com o público e os momentos que vive ao lado dos seus, sobretudo dos filhos, Lourenço, de 26 anos, e Ana, de 17.
Horas antes de ser protagonista da festa dos 150 anos do champanhe Moët & Chandon Impérial e de ser apresentado como “amigo” da marca francesa, o ator abriu uma garrafa e fez um brinde ao que tem conquistado.
– Aos 62 anos, sente que consegue desfrutar mais da vida?
Joaquim de Almeida – Sim, tento desfrutar mais. Primeiro, porque aos 62 anos, e ao fim de 43 nos EUA, continuo a fazer trabalhos interessantes, como a série que fiz recentemente para a Netflix, Warrior Nun. Gostei imenso desse trabalho, porque gravava em Málaga, o que me permitia estar em Portugal, apanhar o avião e filmar dois ou três dias. Nessa fase aprendi a gostar muito de estar cá. E como já não faço audições, posso ler e avaliar os papéis em qualquer lado.
– É cá que tem as suas raízes.
– Sim, o meu pai tem 97 anos. Quando cheguei a Portugal fui vê-lo e constatei que o tempo passa e temos mesmo de desfrutar do que temos. Ainda tenho uns anos para viver razoavelmente e sabia que queria acabar por viver aqui.
– Os atores trabalham com a sua imagem. Lida bem com o passar dos anos?
– Acho que estou muito bem para a minha idade. Faço exercício físico, é incontornável para manter a forma. A morte não me assusta, assusta-me a perda de capacidades.
– Hoje está a promover uma marca associada ao luxo e à celebração. O Joaquim vive há muitos anos nos EUA, é internacionalmente conhecido, teve várias paixões… Revê-se na imagem do bon vivant?
– E também bebi muito champanhe quando tinha 20 e 30 anos. É aquela bebida que apetece antes do jantar. No que diz respeito à fama, sempre fiz o menos possível, tentei passar despercebido e manter a minha vida no campo privado. Há atores que adoram aparecer nas revistas, eu já gostei mais. As pessoas já sabem quem sou. Só gosto de aparecer quando tenho de vender um filme. Interessa-me chegar ao público.
Joaquim de Almeida: “Agora desfruto muito mais do tempo que passo cá”
O ator, de 62 anos, revela o que faz dele um homem realizado em todos os campos da sua vida.