Com o objetivo de enaltecer e promover uma das mais antigas e prestigiadas técnicas da ourivesaria portuguesa, a filigrana, os irmãos Luísa e Pedro Rosas – que pertencem à quinta geração de uma família com ligações à ourivesaria desde meados do século XIX – abriram na Baixa do Porto a House of Filigree – Casa da Filigrana. Um museu, ateliê e butique que tem como missão “proteger e divulgar uma tradição de cultura e excelência em Portugal, que se encontra ameaçada e desvalorizada pela proliferação de peças de fabrico industrial produzidas em massa por injeção em moldes”, explicou Luísa Rosas, frisando: “A filigrana está a ser menos produzida, há cada vez menos artesãos, e corremos o risco de que caia no esquecimento. Para evitar que tal aconteça é importante que as pessoas saibam o que é realmente a filigrana, para que, na hora de comprar, possam distinguir. Aumentando a procura por filigrana, o futuro desta arte não ficará tão em risco.”
Os dois irmãos assumiram como missão a defesa desta arte tão distinta também por questões emocionais. “As quatro gerações que nos antecederam fizeram um grande trabalho com filigrana e com esta casa podemos homenageá-los”, contou a empresária e designer. E três anos depois de terem dado início ao projeto, Luísa diz que “foi um processo muito trabalhoso, mas também prazeroso, pois foi tudo feito com carinho e dedicação”.
Presente na inauguração, Nayma Mingas chegou, inclusive, a trocar de lugar com uma artesã. “Adoro fazer trabalhos manuais e respeito imenso o trabalho destas senhoras. Toda a minha vida tive pessoas que me ensinaram o valor do que é português e das tradições”, explicou, realçando a importância de espaços como a House of Filigree: “Há que preservar a cultura e esta arte, que é das mais ricas e conhecidas em Portugal. Só vendo o trabalho e mestria aplicados a cada peça é que as pessoas lhe podem dar valor.”
Amiga da família, Catarina Furtado não poupou elogios ao projeto: “É uma ideia extraordinária! Um projeto com sustentabilidade, que conta a história da nossa arte, uma marca registada. Além disso, valoriza as pessoas, o trabalho manual, numa altura em que as máquinas estão a ganhar terreno. Nós não somos substituíveis, não podemos ser só números.” Rendida ao espaço, a apresentadora da RTP – filha de uma professora de Trabalhos Manuais – realçou que este museu “é também uma homenagem aos artesãos no seu todo, independentemente da área”. Embora não tenha herdado o jeito da mãe, Catarina revelou que o filho, João Maria, de 12 anos, “tem muito jeito para pintar”.
Luísa e Pedro Rosas abrem no Porto um ateliê-museu dedicado à filigrana
Na House of Filigree há artesãs a trabalhar filigrana para que os visitantes conheçam a minuciosa técnica e mestria desta ourivesaria.
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