Paulo Miguel Martins
Juntos há 13 anos, Paula Lobo Antunes e Jorge Corrula preparam-se para repetir a experiência da maternidade muito em breve. Grávida de oito meses, a atriz, de 43 anos, e o também ator, de 41, já são pais de Beatriz, de sete anos, e esperam agora a chegada de outra menina, cujo nome, receia Paula, só será decidido quando um dos elementos do casal ceder à vontade do outro, tal como aconteceu da primeira vez que foram pais. Com um sorriso terno e sereno, a atriz revelou à CARAS que este é um bebé há muito desejado, embora admita sentir algum nervosismo à medida que a data prevista para o parto se aproxima. Afinal, lembra a filha do conceituado neurocirurgião João Lobo Antunes, trazer um filho ao mundo é uma responsabilidade enorme.
– Onde é que ficou o seu curso de Biologia Médica?
Paula Lobo Antunes – Na minha cabeça. Por acaso, penso muitas vezes nisso… Foi parte da minha vida. Não quer dizer que não possa voltar a fazer pesquisa num laboratório. A minha tese no curso de Fisiologia era sobre encontrar uma forma de evitar o parto prematuro, porque sempre gostei muito da área de ginecologia e obstetrícia, e ainda hoje, se uma grávida entrar em parto prematuro, não existe nada que o consiga travar, o que é um desespero. Eu, tanto nesta gravidez como na da Beatriz, comecei a ter contrações muito cedo, o que é arrepiante.
– Perdeu-se uma médica, ganhou-se uma boa atriz?
– A minha mãe regressou há pouco tempo de umas férias num cruzeiro e, enquanto comentava comigo os procedimentos de segurança para entrar a bordo, lembrei-a de que eu também já tinha feito check-in de cruzeiros em Nova Iorque. Vivi muito tempo fora, em Londres, na Escócia, em Nova Iorque, e tive, obviamente, vários trabalhos. Sempre fui muito empenhada e dedicada em todos os trabalhos que fui tendo, por isso rapidamente era reconhecida e passava para um cargo mais elevado. Se era para fazer, fazia bem feito.
– O que é que valoriza mais, um prémio ou o reconhecimento?
– O reconhecimento, sem dúvida. Há tanta coisa por detrás dos prémios… É ótimo receber prémios, já recebi alguns, mas a atribuição de um prémio muitas vezes depende mais da popularidade ou de lobbies do que propriamente do trabalho da pessoa. Gosto do reconhecimento se partir de colegas, de realizadores, produtores ou escritores, músicos até, e depois também, obviamente, das pessoas que me dizem que não percebem nada de técnica mas que gostam de me ver. E se gostam é porque estou a fazer qualquer coisa bem feita.
– Esotérica, supersticiosa, exigente, perfeccionista, orgulhosa. O que é que falta nesta lista?
– Carinhosa, cómica – sou bastante palhaça, gosto muito de me rir e adoro comédia –, cautelosa, atenciosa, hipersensível e teimosa.
