Aos 39 anos, Isabel Figueira é uma mulher bem resolvida, que sabe bem quem é e o que quer. Mãe de Rodrigo, de 13 anos, e de Francisco, de seis, a atriz e apresentadora tem nos filhos a sua grande prioridade. Contudo, a sua felicidade não se esgota na maternidade. Multifacetada, talentosa e ambiciosa, nunca baixou os braços nem se acomodou, mostrando-se sempre à altura dos desafios que lhe aparecem pela frente. Depois de ter conquistado os seus pares e o público com as suas personagens nos projetos de ficção Valor da Vida e Amar depois de Amar, Isabel está agora a apresentar o Somos Portugal, um programa que a tem levado pelo país inteiro e lhe proporciona um contacto privilegiado com o público.
A dias de começar um novo ano, a atriz e apresentadora abriu a porta do seu universo mais pessoal e revelou o que faz dela uma mulher feliz, que sabe que o melhor ainda está para vir.
– Tem boas recordações dos Natais da sua infância?
Isabel Figueira – Sim, tenho. Os meus pais sempre tentaram tornar os nossos Natais inesquecíveis e tento fazer o mesmo com os meus filhos. Gosto da magia desta época. O meu filho mais novo ainda acredita no Pai Natal e desde o início do mês de dezembro que vivemos em pleno esta quadra festiva. Só desmonto a árvore no dia 6 de janeiro e este ano até tenho um Pinheiro Bombeiro [iniciativa de cariz solidário] em casa. Foi maravilhoso ver a cara dos meus filhos quando se aperceberam de que tínhamos um pinheiro verdadeiro em casa.
– Também conserva o seu lado mais infantil?
– Temos sempre de manter o nosso lado mais infantil, que não deve desaparecer perante as adversidades da vida. Gosto muito de continuar a acreditar e a sonhar, é isso que me motiva a fazer coisas diferentes. Como atriz, também tenho em mim um lado criativo que gosto de estimular. E tento que os meus filhos também estimulem o dele. E este mês é muito propício a explorar esta magia e esse nosso lado mais infantil.
– Nesta altura do ano há muitas pessoas que aproveitam para fazer um balanço e traçar objetivos. Também faz esse exercício?
– Faço isso durante o ano inteiro e não só nesta altura. Acho que é importante traçarmos metas em todos os dias da nossa vida e não só no final do ano. Agora, olhando para 2019, acho que foi um ano muito bom para mim. Regressei à apresentação, trabalhei como atriz em Valor da Vida e em Amar depois de Amar, por isso o balanço só pode ser positivo. Agora apresento o Somos Portugal e estou muito feliz. Acredito que o próximo ano me poderá trazer boas surpresas. Vamos ver.
– Está a gostar de apresentar o Somos Portugal, que é um programa que percorre todo o país e lhe permite ter um contacto muito próximo com o público?
– Estou a gostar muito. É um programa que me permite aproveitar o que Portugal tem de melhor e ficar a conhecer as suas gentes e tradições. É bom saber que somos um país que mantém as suas raízes. Em cada viagem que faço trago sempre um bocadinho do nosso país. E gosto de estar tantas horas em direto e de receber o carinho das pessoas. São programas que fazemos com o coração nas mãos. Toda a equipa gosta muito de fazer este programa.
– Faz televisão há aproximadamente 20 anos. Está numa altura da sua carreira em que quer arriscar ou, pelo contrário, quer ficar numa zona em que se sinta segura?
– Agarro as oportunidades que me dão e o que quero é continuar a crescer degrau a degrau. Sinto-me muito bem no patamar em que estou. Sou feliz porque faço exatamente aquilo que quero e gosto. Fazer televisão durante tantos anos seguidos, com poucos anos de paragem, é um privilégio. E sinto isso tanto na representação como na apresentação.
– E a nível pessoal também foi um ano positivo?
– Foi. Como o César [Peixoto, pai de Rodrigo] esteve a trabalhar longe, acabei por ficar mais vezes com o Rodrigo e não tive tanto tempo para mim. Por isso aprendi a aproveitar da melhor maneira esses momentos em que estou sozinha e posso descansar. E isso significa ficar em casa, no sofá, a ver filmes. Preciso desse tempo para mim, sem ninguém à volta e sem rotinas. Quando estou com os meus filhos há uma rotina diária. Por isso, quando estou sozinha é mesmo para fazer o que me apetece.
– Ser mãe é o seu papel mais desafiante?
– Sim, educar duas crianças é muito desafiante. Impor regras e educar é difícil. Nós, pais, temos de nos adaptar constantemente ao mundo deles, sem abdicar daquilo que consideramos fundamental. Na minha casa há regras e educação, mas sou uma mãe descontraída. Gosto de recompensá-los, por isso levo-os a jantar fora, trago-os ao Wonderland, ao cinema… Gosto de ser a mãe que faz atividades divertidas. Agora eles também sabem que me têm de compensar, tendo boas notas e portando-se bem. E nisso sou exigente. Custa-me ser dura com eles e percebo que hoje os miúdos estão sobrecarregados e têm menos tempo para serem crianças. Por isso tento sempre olhar para eles e adaptar-me também.
– Aos 39 anos, o que gosta mais em si e o que gostaria de mudar?
– Não mudaria nada em mim, gosto da pessoa que sou e da liberdade que tenho. Sinto-me uma privilegiada, porque tenho pessoas fantásticas na minha vida, adoro o meu trabalho e sinto que tudo o que tenho feito é para ser feliz. Tenho aprendido e melhorado. Ninguém é perfeito. Lutei sempre para fazer o que me faz feliz.
– E gostava que 2020 lhe trouxesse um novo amor?
– Não sinto necessidade de ter um novo amor. Estou muito bem assim, dedicada aos meus filhos e à minha carreira. Mas se aparecer alguém, também não vou dizer que não quero. Mas não é algo em que pense muito, confesso.
CARAS EDIÇÃO 1273