Embora já se conheçam há mais de uma década, a história de amor entre Patrícia Pereira da Silva, de 41 anos, e Luís Carvalho, de 54, começou há quatro anos. E está prestes a tornar-se ainda mais especial com a chegada de Maria Francisca, a primeira filha em comum do casal. Grávida de 37 semanas, Patrícia tem vivido a sua terceira gravidez de forma mais serena, numa felicidade partilhada em pleno com o marido e de que a CARAS foi testemunha numa manhã passada em casa de ambos, na Comporta.
– Há dois anos, quando se casaram, a Patrícia disse nos seus votos: “O nosso amor é para toda a vida. Encontraremos sempre o caminho para fortalecer a nossa união.” E assim tem sido…
Patrícia Pereira da Silva – O mais possível. E acho que cada vez faz mais sentido o que disse nesse dia. O tempo a dois tem-nos ensinado a estar ainda mais em equilíbrio um com o outro. A nossa união está cada vez mais harmoniosa. E estamos agora a concretizar algo que já na altura do casamento queríamos muito. Não foi um caminho fácil, foram mais de dois anos até chegarmos à Maria Francisca. Mas a minha idade e alguns contratempos… Sentíamos que nos faltava este bocadinho.
– Vão ficar mais completos com o nascimento da vossa filha?
– Sim, vamos. Já temos muitos filhos e nem me importava de tentarmos ter um Vasco, mas acho que agora ficamos mesmo completos.
– Como é que se vive uma terceira gravidez?
– Com muita tranquilidade, ainda por cima foi muito desejada. Nos primeiros meses, pela primeira vez, estive sempre enjoada. Mas depois passou. De resto, tenho de ter alguns cuidados por ser uma gravidez de risco, mas tem corrido tudo muito bem.
– Embora já tenham mais filhos, têm criado algum tipo de expectativa em relação à forma como vão desempenhar os vossos papéis de pais agora, uma vez que são necessariamente pessoas diferentes e estão noutra fase de vida?
Luís Carvalho – São realmente fases diferentes da vida. No primeiro filho somos muito imaturos. No segundo deixamos as coisas correr de outra forma. Neste caso concreto, tivemos vidas passadas, claro, mas temos um carinho e uma dedicação um pelo outro fabulosos e sentíamos que nos faltava uma filha. E a nossa vida é hoje inevitavelmente diferente. Está mais estruturada, temos mais tempo do que tínhamos quando fomos pais pela primeira vez…
Patrícia – O Luís sente muito que quando teve os filhos mais velhos estava numa fase de luta e de construção profissional, pelo que não teve tanto tempo quanto gostaria para dedicar aos filhos. Agora será diferente.
Luís – Adorava que os meus filhos voltassem todos a ser pequenos para poder viver tudo novamente. Mas quanto à nossa filha, vai ter o amor que todos os outros tiveram e têm e vai ser a mais nova dos irmãos. Ser pai é uma aprendizagem constante e a ideia é tentar ser sempre melhor pai e melhor mãe. É isso que vamos tentar fazer com a Maria Francisca.
– Como é que os mais velhos estão a viver a chegada da irmã?
Patrícia – A Teresinha e a Leonor [de nove e seis anos] estão eufóricas. Como são mais pequenas, vivem tudo de forma mais expressiva, mas estão todos muito felizes com esta gravidez. Na verdade, a Teresinha e a Leonor foram muito impulsionadoras deste passo. Elas queriam muito, por isso acho que não vamos ter a questão dos ciúmes. E depois sinto-me muito tranquila, até porque tenho confiança total no Luís, sei que vai ser um paizão. Há uma coisa que me dá muita força em tudo na vida e nisto em particular: admiro-o muito. Nas várias vertentes da vida do Luís, vejo que ele é um homem muito especial. E esta admiração que sinto por ele motiva-me a ser também eu melhor.
– A admiração é um combustível fundamental para a continuação de uma relação?
– O mais possível. Aliás, a perda da admiração destrói uma relação. Mas o Luís é extraordinário. Tem uma atenção para comigo enternecedora.
Luís – Estamos juntos há quatro anos e é fabuloso como continuamos a gostar um do outro e a sentir essa admiração um pelo outro. Mas são coisas que se alimentam. E nisso os detalhes são muito importantes. Tenho uma admiração muito grande pela Patrícia. Nela não há mensagens subliminares, é totalmente verdadeira. E confiamos plenamente um no outro. Por exemplo, pego no telemóvel da Patrícia quando quero e ela no meu, não temos nada para esconder um ao outro. E a Patrícia cuida muito bem de mim.
– Este vosso amor foi um presente da vida?
– Quando vejo dois velhotes a caminhar de mãos dadas, impressiono-me. Porque é possível viver um amor assim.
Patrícia – Não sou nada esotérica, mas acredito no destino. Acho que tudo tem um tempo e acredito que a nossa relação tinha de funcionar exatamente agora.
– O Luís vai assistir ao parto?
Luís – Vou. Pela primeira vez. Quando a minha filha mais velha nasceu, eu estava na Suíça, e nos outros dois foi cesariana e não podia. Por isso até nisto a experiência será diferente.
CARAS EDIÇÃO 1272