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João Lima
Cláudia Raia e Jarbas Homem de Mello conheceram-se na altura em que a atriz estava a terminar o casamento de 17 anos com o ator Edson Celulari. Primeiro nasceu uma grande amizade, depois apaixonaram-se quando pisaram juntos o palco pela primeira vez, na peça Cabaret, há dez anos. Nunca mais se separaram e o casamento perfeito acontece em todos os projetos a dois, sejam pessoais ou profissionais. Agora estão juntos em Portugal, com o musical ConSerto para Dois, um sonho que acalentavam há algum tempo e que foi o ponto de partida para uma conversa, que abordou também a morte da mãe da atriz, que ocorreu em março do ano passado, na sua anterior visita a Portugal.
– A Cláudia já esteve diversas vezes em Portugal, mas esta é a primeira vez que pisam juntos um palco português…
Cláudia Raia – É verdade. Já cá vim muitas vezes, mas só cá fiz teatro uma vez, há 13 anos. Desde então, tenho tentado trazer os nossos espetáculos, mas fazemos coisas muito grandes. A minha penúltima produção envolvia 120 pessoas, não dava para sair do Brasil. Por isso resolvemos fazer um espetáculo em que estivéssemos apenas os dois em cena, para que pudéssemos viajar… Eu pretendia fazer um espetáculo pequeno, mas não consegui. Sou megalómana e ficou apenas pequeno para quem está em palco: nós dois e um pianista. De resto, temos um cenário imenso, que está a caminho de Lisboa há um mês. É um espetáculo grandioso.
Jarbas Homem de Mello – Eu tenho 25 trocas de roupa, ela 23. São 12 personagens, feitos por nós dois, que contam a mesma história. Fazemos trocas de 12 segundos, com direito a roupa, peruca, tudo. Eu faço mulheres, ela homens. Terminamos exaustos. É um musical totalmente brasileiro, pensado por nós e com músicas originais. O processo demorou dois anos.
– Gostam de trabalhar juntos?
Cláudia – É uma delícia. Fazemos quase tudo juntos. O Jarbas é aquele ator com quem todo o produtor sonha e eu, como produtora da peça, posso dizer isso.
Jarbas – E ela é a atriz com quem qualquer diretor sonha trabalhar também, porque é muito disciplinada, precisa. Temos um casamento perfeito também no palco: temos os mesmos sonhos, as mesmas referências, o nosso humor é muito parecido e a maneira de interpretar também.
– E em casa conseguem não estar sempre a trabalhar?
– Ela é muito mais acelerada do que eu, portanto tenho de ser eu a impor um limite.
Cláudia – Ele tira-me o telemóvel e chama-me à razão. Sou produtora e produzo o dia inteiro tudo da vida de toda a gente. Também temos muitos projetos, somos muito criativos e sonhamos muito juntos, por isso vamos acumulando ideias e criando departamentos para coisas futuras. [Risos.]
– Esta digressão por Portugal começa em família, já que os filhos da Cláudia também vieram…
– Sim. A Sophia fez cá os 16 anos, a 15 de janeiro, e fica até dia 30, e o Enzo regressa ao Brasil dia 23, logo depois da nossa estreia. Vou ficar dois meses e meio sem os ver e foi muito bom que eles nos tenham querido acompanhar estes dias.