Antonio Banderas tinha o discurso escrito, mas decidiu guardá-lo no bolso e valer-se da espontaneidade quando subiu ao palco do Palácio dos Desportos José María Martín Carpena, em Málaga, a sua terra natal, para receber o seu segundo Goya – o primeiro foi de carreira, em 2015 – pela prestação no filme Dor e Glória, de Pedro Almodóvar. Fazendo justiça ao nome do filme, foi uma noite de incomparável glória e de emoções à flor da pele para o ator espanhol, de 59 anos, que recebeu uma ovação de pé da plateia, onde se encontrava a namorada, a holandesa Nicole Kimpel, assim como Penélope Cruz, sua companheira de elenco nesta longa-metragem. “Estou muito contente, sou um homem muito feliz, especialmente hoje [25 de janeiro], que se cumprem exatamente três anos desde que sofri um ataque cardíaco. Deram-me este presente para celebrar esta nova data. Estou vivo e sinto-me vivo”, declarou Banderas, fazendo referência ao susto que viveu em janeiro de 2017 e que o obrigou a realizar uma intervenção cirúrgica de emergência para colocar três stents.
A “viagem especial” de Banderas neste filme só foi possível graças ao trabalho e à amizade com Pedro Almodóvar, diz, a quem prestou uma sentida homenagem. “Conhecemo-nos há 40 anos, fizemos oito filmes. Nunca tive a oportunidade de conhecer um cineasta e um artista com a lealdade que tu tens ao teu cinema. Nunca atraiçoaste o teu trabalho, por nada. Aprendi tanto contigo, tanto de arte e cinema, como da vida. Tinha que encontrar-me contigo para estar hoje aqui”, referiu.
A noite de glória de Antonio Banderas nos Goya: “Sou um homem muito feliz”
O ator foi distinguido com o galardão de Melhor Ator na sua terra natal, Málaga, cidade onde decorreu a edição deste ano dos prémios Goya. Em cima, com Penélope Cruz, sua companheira no filme “Dor e Glória”.