Acendem-se as luzes do Teatro Armando Cortez e surgem em palco Vera Kolodzig, Carla Andrino e Teresa Guilherme. A plateia recebe-as com uma salva de palmas, elas retribuem interpretando o já conhecido Monólogos da Vagina, de Eve Ensler, com a ligeireza e descontração que se espera. Entre gargalhadas e lágrimas, vão-se desmistificação diversos temas do universo feminino e as três atrizes demonstram que, apesar de terem tido apenas dez dias para ensaiar e esta ser a primeira vez que pisam as tábuas juntas, a sintonia é total. Sentimento partilhado por Teresa, que regressou aos palcos depois de quatro anos de intervalo: “Passámos estes dias a bater texto as três e elas são frenéticas como eu. [Risos.] Acho que correu muito bem. O meu coração gelou no início, mas depois senti-me tão acarinhada pelo público que passou. Já tinha muitas saudades de fazer teatro e este peça tem a função de desempoeirar alguns assuntos. Não tenho dificuldades em falar sobre nada nem em dizer qualquer palavra, sou uma mulher muito bem resolvida.”
Vera Kolodzig também assumiu encarar este texto com muita naturalidade: “Para mim, esta peça não é provocadora, acho que é um assunto que deve ser desmistificado. Qual é o problema de assumir que estamos a falar sobre vaginas?! [Risos.] É isso mesmo e não tem nada de mal, não acho nada complicado.”
Mais do que habituada a dias de estreia, Carla Andrino assumiu, no final de quase duas horas de espetáculo, que ainda fica nervosa em noites como esta: “Nas estreias, os nervos ficam à flor da pele, temos de nos preocupar com muitas coisas e eu quantos mais anos tenho e mais peças faço, pior. Mas depois a coisa dá-se. Correu muito bem. Conheço a Teresa há muitos anos, já trabalhámos juntas e estávamos as três a lutar para que tudo corresse bem. E acho que conseguimos, pelo menos estivemos inteiras em palco para o que desse e viesse.”
Vera Kolodzig, Carla Andrino e Teresa Guilherme: intimidade em palco
Vera Kolodzig, Carla Andrino e Teresa Guilherme
Victor Freitas
Vera Kolodzig, Carla Andrino e Teresa Guilherme
Victor Freitas
As três atrizes conquistaram a plateia do Teatro Armando Cortez com o conhecido texto de Eve Ensler “Monólogos da Vagina”.