Chegou ao fim a primeira temporada de “Como é que o bicho mexe”, o ‘programa’ de Bruno Nogueira que todas as noites fazia companhia a milhares de portugueses. De segunda a sexta, entre as 23h e a 1h, o humorista entrava em direto e telefonava a vários amigos para conversar.
O programa contou regularmente com a participação de várias caras conhecidas do público, como Nuno Markl, Inês Aires Pereira, Marta Bateira, João Manzarra, Ljubomir Stanisic, Mariana Cabral, Nuno Lopes, Albano Jerónimo, João Quadros e Filipe Melo, entre muitos outros. Na última sexta-feira, dia 15 de maio, aconteceu a última emissão do ‘bicho’, como ficou conhecido entre os espectadores, e o formato foi diferente do habitual.
O humorista pediu aos fãs que colocassem luzes de natal nas janelas, um pedido a que milhares de pessoas, em Portugal e um pouco por todo o mundo, acederam. Com Nuno Markl ao volante, Bruno Nogueira percorreu as ruas de Lisboa onde muitos fãs os aguardavam à janela de casa, um momento que terminou no Coliseu, onde se reuniram algumas das caras que fizeram companhia aos portugueses durante os dois meses do programa.
Esta segunda-feira, dia 18, Bruno Nogueira recorreu às redes sociais para partilhar uma mensagem de gratidão aos fãs do programa. “O pudor de escrever sobre dias bonitos tem razão de ser: nunca ficará à altura. A alegria esconde-se disto tudo, e resiste a ser trocada por palavras. É acto falhado. É portanto teimosia minha correr esse risco, e tentar. Quando saí de casa para festejar o último episódio do “Como é que o bicho mexe” na rua, nunca imaginei que quando voltasse à cama estaria do avesso. Havia coisas programadas para o fim, mas pouco ou nada para o percurso. Tudo o resto era incógnita. A tal incógnita fez-se primavera e deu-me a melhor maneira que tinha de vos dizer até já: ver-vos e ouvir-vos. Tantos, e tão generosos. E quando precisava de descer uns furos à terra, olhava para o lado e estava lá o Miguel, amigo desde que eu tinha 18 anos e tentava com tudo ter voz própria, que me acompanhou de mota no trajecto todo até ao Coliseu, e pensava no espanto que a vida ainda sabe dar”, começou por escrever o humorista.
“Juntar pessoas boas e com talento é ainda e cada vez mais o que me faz sentir a alegria dos dias bons. Por isso e por muito mais, obrigado ao Albano, à Beatriz, à Inês, à Mariana, à Jéssica, ao Nuno, ao Ljubomir, ao Salvador, ao Quadros e ao Manzarra. Que bom que foi ter-vos em minha casa estes dias todos. Obrigado por subirem a parada, por acreditarem e confiarem. Ao Markl e ao Filipe agradeço acima de tudo a amizade e a irmandade que finta o sangue. O salto para o escuro que aceitam dar, mesmo sem saberem de que é feito o chão.
Por fim, esta foi a minha vista durante os dois meses em que fiz o Bicho no escritório. É uma videira com décadas de vida, oferecida pelo meu pai. Começou a dar folha nos primeiros directos, hoje já está cheia de promessas de uvas. Ela lá sabe o que faz.
Estou agora sentado na cadeira que teima em chiar, com o copo de vinho de sempre, mas sem amigos para brindar. Enquanto ouvia na sexta-feira as mais comoventes manifestações de agradecimento que alguma vez tive até hoje, pensava na ironia disto tudo, e no quanto me ofereceram também vocês que estiveram sempre às 23h a brindar comigo. Este escritório nunca esteve tão vazio, mas deixem que vos confie um segredo: nunca tive uma família tão grande como tenho agora. Obrigado a todos. E acreditem: vai mesmo correr tudo bem”, concluiu.