
Este domingo, dia 13 de setembro, foi exibido o documentário de Ângelo Rodrigues, em que, pela primeira vez, o ator falou causa da infeção grave que o deixou à beira da morte em 2019, com uma septicemia e em risco de perder a perna.
Ângelo revela que a infeção foi causada devido a uma injeção mal aplicada de hormonas, parte de um tratamento para depressão, negando qualquer associação com a questão do culto da imagem, como foi especulado na época.

Tudo começou quando Ângelo estava a viver no Rio de Janeiro, no Brasil, e começou a sentir-se infeliz e a ter pensamentos depressivos. Podia ter procurado a psicanálise, psiquiatria… Procurei a endocrinologia. E foi aí que me falaram do tratamento de reposição hormonal”.
O ator disse que procurou uma clínica onde fez análises e confirmou que tinha uma descompensação no sistema endócrino. Foi quando iniciou o tratamento. “Eu não tinha qualquer julgamento moral ao tratamento que iria iniciar, uma vez que me foi apresentado como uma coisa comum e normal. Atentando que foi por questões de saúde que eu fiz o tratamento. […] Fiz as primeiras aplicações na clínica. Senti-me menos angustiado, menos irritado, menos cansado”.
Porém, tudo mudou quando regressou a Portugal e deixou de ser acompanhado na clínica, onde lhe eram dadas as infeções “Pedi ao profissional endocrinologista se poderia continuar este tratamento em Portugal. Ele acedeu. Foi essa decisão de querer continuar este tratamento em casa que acabou por ser o princípio do fim”. O ator passou a administrar a si próprio as infeções, o que “ foi de uma ignorância atroz, não o deveria ter feito”. O ator ainda esclareceu que a infeção foi devido ao “mal manuseamento do material” e descartou qualquer possibilidade de o produto estar fora da validade.
Claramente feliz por ter reposto a verdade, depois da exibição do documentário, em que uma equipa da SIC acompanhou toda a sua recuperação, deixou uma mensagem emocionada nas redes sociais:
“Até Shakespeare olharia de lado para este Renascimento. Aqui o discurso é bordado a lógica sem nenhum ponto de cegueira quando se elogia a fragilidade.
Aqui o Frankenstein de coração intrépido tenta transformar o veneno em elixir. Este espírito indómito que harmoniza as vozes do interior tem uma fortaleza emocional revestida por um colete à prova de balas de escárnio. É que estar num pedestal é perigoso. Ele é frágil e pode partir a qualquer momento — assim como andar de stilletos da Loubotin em telhados de vidro.
Eurípides, na obra “Suplicantes”, dizia: “sempre na procura de uma nova forma de escapar à morte”. Espero sentar-me com ela bem lá na frente, quando a decrepitude me convidar para jantar.
Sejam maiores que os vossos fantasmas. Nós temos capacidade de os domesticar.“
“