Esta pandemia tem atingido duramente a área da cultura, e, apesar de estar a trabalhar, Vítor Silva Costa não tem conseguido ficar indiferente ao que se passa neste setor profissional. “Quando tudo isto começou, pensei que seria apenas um mês ou dois e já vamos em seis. Não sabemos onde tudo isto vai parar. É muito frustrante ver colegas e amigos sem forma de se sustentarem. Sou uma pessoa ansiosa, preciso de ter algumas certezas, nomeadamente em relação ao meu trabalho a curto prazo”, partilhou o ator, que integra o elenco da peça Fora de Campo, que irá ser apresentada no Funchal em finais de novembro. “Esta peça aborda questões relacionadas com a emancipação do ser humano, com o direito de as mulheres terem a sua própria voz. Mostra também esta vontade de nos libertarmos, de sairmos, sabendo que vamos voltar ao lugar de onde partimos, o que é frustrante”, continuou.
Não obstante todas os desafios inerentes à sua profissão, Vítor continua a acreditar que subir a um palco ou ouvir “ação” num set de filmagens são ferramentas poderosas para mudar o mundo e as mentalidades, como explicou: “Fazer teatro é voltar a casa e ao que me apaixonou nesta profissão. Agrada-me muito fazer teatro que provoque as pessoas, que as leve a pensar e que as incomode. Também gosto de fazer textos clássicos, mas este tipo de teatro mais performativo e de pensamento atrai-me muito. Não sei se vou contra a corrente, mas procuro sempre ver as coisas de uma perspetiva mais complexa. A apatia social, de pensamento e política, é terrível. Ainda hoje temos de apelar às pessoas para não serem racistas, por exemplo. É chocante termos de combater o racismo e a xenofobia em pleno século XXI. Estas discriminações deveriam ter desaparecido há muito tempo.”
Vítor Silva Costa admite: “Sou uma pessoa ansiosa, preciso de ter algumas certezas”
O ator vai até à Madeira com a peça “Fora de Campo” e prepara-se para integrar o elenco da nova novela da SIC e rodar um filme no final do ano.