Maria Rueff tem quase 30 anos de carreira, mas não consegue deixar de se sentir ansiosa antes de uma estreia. E era precisamente assim que a atriz se sentia dias antes de subir ao palco na peça Última Hora, um espetáculo que lhe permitiu recordar os tempos em que trabalhou no jornal Público. “Para ganhar uns tostões, trabalhava na agenda do jornal enquanto fazia o conservatório. De facto, o jornalismo quase ia ganhando, porque apanhei a Guerra do Golfo e vi aquela redação acesa e sem horários”, explicou.
Não obstante este seu nervosismo, Maria Rueff procura ter uma vida mais serena desde que sofreu um enfarte do miocárdio há quase um ano. “Precisava do recolhimento que tive na quarentena. O que tento fazer é ser mais calma, mas não consigo. [Risos.] Sou muito lúcida e sei que não temos a vida nas mãos. O que tenho feito é tentar ter as pastas arrumadas, não deixar coisas desagradáveis para trás”, contou a atriz, adiantando que o facto de aparecer a fumar nesta peça não a impede de continuar o seu caminho por uma vida mais saudável: “São cigarros artilhados para teatro. Sou atriz e as cenas têm de acontecer.”