Ao contrário do que é habitual sempre que se trata de Xutos & Pontapés, na apresentação do segundo volume da autobiografia da banda, À Minha Maneira Vol. II – 2000-2020, a plateia ficou quase vazia devido às restrições impostas pela Covid-19. Apesar disso, Tim, Kalu, João Cabeleira e Gui estavam felizes nesse final de tarde no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
“Já estávamos à espera que assim fosse, consequência dos tempos que vivemos, mas desejo e acredito que tempos melhores hão de vir para todos. Ainda assim, para nós foi muito bom relembrarmos estes últimos 20 anos. Cada um de nós tinha uma memória e é isso que também torna o livro naquilo que é”, confessou Tim.
Embora seja assinado por Ana Ventura, à semelhança do primeiro volume, este livro foi contado na primeira pessoa pelos elementos dos Xutos. “Acho que escrever um livro na primeira pessoa se torna mais fácil, porque me retira responsabilidade. É, sim, mais trabalhoso, mas também mais divertido, porque tive de fazer com que o que os cinco interlocutores me contaram faça sentido ao leitor. Demorou menos de um ano, foi tudo feito no ano passado, mas, infelizmente, já não tínhamos cá o Zé Pedro [que morreu em novembro de 2017, aos 61 anos, vítima de cancro]. No entanto, ele está presente nos testemunhos de todos os companheiros da banda e também fala na história toda, porque me socorri de colegas jornalistas que o entrevistaram em diferentes alturas e citei-o”, contou a jornalista.
Zé Pedro foi relembrado em toda a apresentação com imagens, mas também com fotografias de todos os elementos dos Xutos junto das suas famílias e nos palcos que percorreram pelo mundo.