
Lady Gaga já tinha falado da violação que sofreu aos 19 anos, mas agora faz novas confissões sobre essa situação traumática. A artista, atualmente com 35 anos, fez depoimentos impressionantes para a série sobre saude mental “The Me You Can’t See”, que estreou esta sexta-feira, dia 21, na AppleTV e que conta com produção de Oprah Winfrey e do príncipe Harry.
“Tinha 19 anos, já trabalhava no ramo e um produtor disse-me: ‘tira a roupa’ e eu disse não. Eu saí e eles disseram-me que iam queimar todas as minhas músicas. E não pararam. Eles não pararam de me perguntar, e eu simplesmente congelei e eu … eu não consigo nem me lembrar. Primeiro senti uma dor total, depois fiquei paralisada“, disse, com lágrimas nos olhos, e sem revelar o nome do produtor que abusou dela, pois não quer voltar a estar frente a frente com esse homem.
Após esse acontecimento traumático, Lady Gaga foi ao hospital, onde descobriu que tinha engravidado. Submeteu-se a um aborto. “A pessoa que me violou deixou-me grávida numa esquina na casa dos meus pais, porque eu estava a vomitar e tinha enjoos. Porque fui abusada. Fiquei trancada num estúdio durante meses”.
A violação e o abuso a que foi sujeita deixaram marcas profundas na artista, que lida desde essa altura com surtos psicóticos. Lady Gaga diz mesmo que teve uma forte crise quando aceitou protagonizar o filme “Assim Nasce uma Estrela”, de 2018, com o qual venceu o Óscar de Melhor Música com o tema “Shallow”. “Tive um surto psicótico total e, durante alguns anos, não fui a mesma miúda. A maneira como me sinto quando tenho dor é como me senti depois de ter sido violada. Já fiz tantas ressonâncias magnéticas e exames, e não encontraram nada. Mas o corpo lembra“, continua.
Lady Gaga revela ainda que, mais recentemente, tem lutado contra impulsos de automutilação e que ao longo dos últimos anos aprendeu táticas para lidar com a dor que sente. “Tudo muda de forma muito lenta”, afirma sobre o processo de cura pelo qual diz continuar a passar.