A notícia surpreendeu o mundo no passado dia 3, quando Bill Gates, o génio informático e milionário cofundador da Microsoft, de 65 anos, e a mulher, Melinda, de 56, anunciaram, num comunicado conjunto publicado no Twitter, que davam por terminado o casamento de 27 anos, do qual nasceram três filhos – Jennifer, de 25 anos, Rory, de 21, e Phoebe, de 18. A união deu também origem à fundação filantrópica Bill & Melinda Gates, que tem por missão combater a pobreza, a doença e a desigualdade em todo o mundo e à qual ambos prometem continuar a dedicar-se.
“Depois de muita reflexão e de muito esforço no nosso relacionamento, tomámos a decisão de terminar o nosso casamento. Durante os últimos 27 anos criámos três filhos incríveis e construímos uma fundação que trabalha em todo o mundo para que todas as pessoas possam levar uma vida saudável e produtiva”, escreveram no comunicado, garantindo: “Vamos continuar a trabalhar juntos na fundação, mas já não acreditamos que possamos crescer juntos como casal.” E terminam a pedir espaço e privacidade para a família, agora que iniciam uma nova fase de vida.
Também a filha mais velha do casal se manifestou sobre a separação, escrevendo nas redes sociais: “Muitos de vocês já devem ter ouvido as notícias de que os meus pais estão a separar-se. Tem sido um momento desafiante para toda a nossa família”, começa, confessando que ainda está “a aprender a melhor forma de me apoiar a mim própria e a gerir emoções, assim como aos membros da minha família, e sou grata pelo espaço para poder fazê-lo”.
Nos documentos judiciais do divórcio, Melinda declara que o casamento está “irremediavelmente desfeito”, que não precisa do “apoio do marido” e que a divisão de bens será feita tendo por base um contrato de separação. Ao que se sabe, Bill Gates, que a revista Forbes classifica como o quarto homem mais rico do mundo, com 102 mil milhões de euros, atrás de Jeff Bezos (CEO da Amazon), Bernard Arnault (diretor executivo da LVMH) e Elon Musk (CEO da Tesla), terá transferido para o nome da mulher ações no valor de quase 2 mil milhões de euros logo no dia em que o divórcio foi anunciado. A publicação Business Insider adianta que essa operação financeira foi realizada através da holding Cascade Investment e diz respeito a quatro companhias: a Coca-Cola Femsa, o Grupo Televisa, ambas mexicanas, a Canada National Railway e a AutoNation, o que torna Melinda uma das mulheres mais poderosas e influentes do mundo.
Bill e Melinda conheceram-se em 1987, quando ela integrava o Departamento de Marketing da Microsoft. Namoraram sete anos e casaram-se no dia 1 de janeiro de 1994, no Havai. Dois anos depois, Melinda deixou a empresa para tornar a família a sua prioridade. Com os filhos já crescidos, passou a dedicar-se ao trabalho na fundação, tal como o marido, que em 2000 deixou a presidência da Microsoft e passou a deter apenas 1,37% das suas ações – ainda assim, no valor de 21,6 mil milhões de euros.
Focados na filantropia, têm incentivado outros milionários a doarem uma parte substancial das suas fortunas à caridade, como ambos fizeram e prometeram continuar a fazer. Mas, entretanto, muita tinta deverá ainda correr sobre a partilha dos bens do casal, pois, além dos negócios, há ainda um vasto património imobiliário, no qual se destaca uma luxuosa propriedade em Seattle, a Xanadu 2.0, com vista para o oceano Pacífico de um lado e para o lago Washington do outro, mais de 66 mil metros quadrados, sete quartos, 18 casas de banho, home cinema, sala de jantar com 300 m², duas bibliotecas e, claro, um exemplo do mais recente desenvolvimento tecnológico, com a maior parte das funções da casa controladas por computador.