Desde a morte de Maria João Abreu, no passado dia 13 de maio, João Soares tem usado as redes sociais para exteriorizar a sua dor: “Escrever estes textos é uma das formas do meu luto (…), de manter vivo o amor da minha vida. De expressar a minha saudade. O meu amor por ela. Intenso e eterno. Como sempre foi. Como sempre será. Como ela merece”, explicou há dias.
Num post posterior, o marido da atriz recorda as chegadas de Maria João a casa: “Normalmente, eu chegava a casa antes de ti. E agora, em teletrabalho, por cá ficava, claro. (…) E enchias a casa e a minha alma também. Mais a alma do que a casa. Muito mais… Era, sem me dar conta, o melhor momento do meu dia, porque iniciava o NOSSO dia. O nosso momento. Era o nosso reencontro diário. A nossa partilha. A nossa vida a dois, em que tudo se conjugava. Porque nós conjugávamo-nos. Estávamos um para o outro. Éramos um do outro. Éramos um. Um. (…) Agora, não oiço a porta da rua a bater nem os teus passos a ecoar nas escadas. Não te vejo pela janela. As chaves não fazem barulho e a fechadura não roda. E tu não entras. E a tua voz não me invade. E a casa não fica cheia. Mas a minha alma, sim. Aqui dentro, dentro dela, continuas tu. Com o nosso amor. O nosso carinho. As nossas vontades. A nossa vida. Estejas onde estiveres, sei que me estás a ver. Se calhar, até dizes ‘Amoooor! Estou aqui!’. E continuas a guiar-me. A preencher-me a alma. A aconselhar-me. A amar-me, tal como eu te amo a ti. Tanto. Tanto. Tanto. Todos os dias.”
Fotos: Paulo Jorge Figueiredo e DR