Considerado por muitos um dos melhores atores da sua geração, Igor Regalla tem conseguido dar vida a muitas vidas para além da sua, várias vezes como protagonista. Ainda assim, a noção de que as oportunidades que lhe surgem não são iguais às da maioria dos seus pares por causa da cor da sua pele magoa e fá-lo viver numa pressão constante. “Tive uma fase de depressão quando o meu filho nasceu, porque não há grandes previsões a longo prazo para nós. Não saber se tenho dinheiro para dar comida ao meu filho em dezembro é complicado. E eu defendo muito a meritocracia, mas temos que ver que ela só é legítima quando o ponto de partida é igual para todos. E as coisas não são iguais para todos, a verdade é que não nos sentimos incluídos”, frisou o ator, que é o protagonista do telefilme Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito. “Quando estou sozinho, chego a sentir momentos de orgulho muito especiais, porque, nos dias que correm, não há histórias destas a serem contadas. E é urgentíssimo que haja mais histórias destas e que haja mais palco para este talento. Estou muito feliz com este projeto. Sonhei com isto quando sonhava ser ator, porque não há coisas assim a acontecer com frequência”, referiu Igor, assumindo, contudo, que não foi fácil gerir as saudades do filho, Dylan, de três anos. “Choro muito, mas faço isto por ele. Estes três anos como pai têm sido duros. Sempre tive o objetivo de ser um bom ator, e desde que fui pai sinto a pressão do olhar com que o meu filho vai ver as coisas que fiz. Quero muito deixá-lo orgulhoso”, assumiu.