Eunice Muñoz járecebeu alta do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, depois de se ter sentido indisposta durante a digressão que está a fazer desde abril com a peça A Margem do Tempo, onde contracena apenas com a sua neta Lídia. Tendo em conta os seus 93 anos, que fez a 30 de julho, regressou a Lisboa, sendo internada naquele hospital, onde já é seguida há vários anos na sequência de problemas de coração que obrigaram mesmo a que fosse submetida a uma cirurgia de substituição de uma válvula em 2016.
Segundo fontes hospitalares, a atriz tem sinais de “grande fadiga e de magreza extrema”, pelo que os médicos decidiram mantê-la em observação. De acordo com o seu filho António Muñoz, Eunice, que estreou A Margem do Tempo em abril no auditório com o seu nome, em Oeiras, “está bem, estável e tranquila”, e ansiosa por regressar aos palcos.
Esta peça, que Eunice anunciou ser a da sua despedida, deverá terminar no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em novembro, quando se assinalam os 80 anos da sua brilhante carreira, na qual entrou pela porta grande, precisamente a do Nacional, a 28 de novembro de 1941, na peça Vendaval, com um papel que, apesar de secundário, deu nas vistas. Assim começava “oficialmente” (porque, na verdade, Eunice já representava desde os cinco anos na trupe teatral dos pais) um percurso que a levou ao cume dos cumes, sendo unanimemente reconhecida como uma das nossas maiores atrizes de todos os tempos.