Pedro Penim chegou ao Teatro D. Maria II como estagiário do Conservatório Nacional de Lisboa, com uma peça de Almeida Garrett, e, vários anos depois de uma carreira recheada de sucesso – durante a qual fundou o Teatro Praga e o espaço cultural Rua das Gaivotas6, por exemplo –, regressa à ‘casa’ onde iniciou o seu percurso, agora como diretor artístico. Um desafio que deixa o ator, encenador e dramaturgo muito feliz e entusiasmado, encarando-o com grande responsabilidade. “O teatro é um ato do momento. Só no confronto com o público é que se percebe realmente o que o momento significa. Até lá, fazemos sempre futurologia. É belo pensar que o teatro cria uma visão e um futuro que ainda não conhecemos. O teatro tem essa força. (…) E há uma liberdade de pensamento e de conceção neste teatro muito próxima daquilo em que acredito para a arte e para o mundo, sempre no sentido de abertura e pluralidade”, revelou Pedro, fiel aos seus ideais e convicções. “Achei que era altura de abrir as minhas cartas e dizer quem sou. Inevitavel- mente, o facto de fazer orgulhosamente parte da comunidade LGBT irá influenciar a forma como olho para este teatro. (…) Não falo deste lado da minha identidade para me defender, mas por achar que nesse setor da sociedade se encontram linhas de pensamento que me parecem as mais relevantes e inspiradoras. Considero que programar e estar à frente do teatro nacional é um exercício de futurologia para uma sociedade mais justa e igualitária.”