Margaret Qualley ambicionava ser bailarina profissional, sonho do qual abdicou ao perceber que nunca conseguiria entrar numa grande companhia de bailado por não ter começado mais cedo essa formação. O conhecimento do seu corpo e dos seus limites, a noção de espaço e o sentido estético, qualidades que desenvolveu enquanto bailarina, têm-se revelado, contudo, úteis ferramentas de trabalho tanto enquanto modelo – tem emprestado a sua imagem a várias campanhas publicitárias nos últimos dez anos, tendo, por exemplo, surgido como noiva no último desfile da Chanel –, mas também como atriz, cujo talento tem vindo a ser amplamente reconhecido.
Aos 27 anos, Margaret Qualley acaba, assim, por seguir os passos da mãe, Andie MacDowell, que também começou a dar nas vistas como modelo, tendo sido ‘descoberta’ pela Wilhelmina Models. Foi, aliás, durante uma campanha publicitária para a Gap que Andie conheceu Paul Qualley, também ele modelo, com quem se viria a casar e ter três filhos. Além de Margaret, que nasceu a 23 de outubro de 1994, os dois são pais da atriz e compositora musical Rainey Qualley, de 32 anos, e de Justin Qualley, de 36.
Margaret nasceu na Carolina do Norte, cresceu na cidade de Montana e aos 16 anos, quando desistiu do sonho de ser bailarina, deixou o campo e mudou-se para Nova Iorque, para apostar na carreira de atriz, profissão pela qual se tinha entretanto deixado seduzir. Não tardou muito até começar a dar nas vistas, sobretudo com a sua participação na série The Leftovers, que fez sucesso durante três temporadas na HBO. Mais tarde voltaria a dar que falar com o seu desempenho na série musical Fosse/Verdon, que lhe valeu a sua primeira nomeação para um prémio de prestígio, o Emmy. No mesmo ano foi também nomeada para os SAG Awards por fazer parte do elenco de Era Uma Vez em… Hollywood, a longa-metragem de Quentin Tarantino na qual deu vida à hippie Pussycat, da família Manson.
Este ano, a jovem atriz volta a fazer parte da lista de candidatos aos prémios de maior prestígio na arte da representação, mas desta vez como atriz principal graças ao seu trabalho em Criada [Maid, no original], uma minissérie, transmitida pela Netflix, inspirada no livro de Stephanie Land, que ao longo de dez episódios faz o retrato da praticamente inexistente rede social nos EUA através da história de uma jovem mãe que, ao tentar libertar-se de um relacionamento emocionalmente abusivo, acaba por cair na pobreza. Ao longo das duríssimas cenas, gravadas durante os nove meses que passou em gravações na Colúmbia Britânica, Canadá, quando o mundo começava a enfrentar a pandemia, Margaret contou com o suporte emocional e profissional da mãe, já que conseguiu convencer os produtores que MacDowell seria perfeita para fazer de sua mãe nesta minissérie, que já é a mais vista de todos os tempos na Netflix.